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Ações informativas desenvolvidas pela Defesa Civil do Recife vão atingir 1.590 alunos de 53 unidades da rede de ensino, até o final de abril

[caption id="attachment_15546" align="alignleft" width="334" caption="1.590 alunos receberá a Codecir nas suas salas de aula. Foto: Luciano Ferreira"][/caption]

Uma aula bem diferente mudou a rotina de uma turma de alunos da Escola Municipal Pintor Lula Cardoso Ayres (Jordão Baixo), na manhã desta terça-feira (27). Lápis, caderno e borracha deram lugar a uma série de slides dinâmicos e um jogo de palavras-cruzadas. E no lugar da Matemática, do Português ou da Geografia, o assunto era: “como ajudar a salvar vidas?”. Foi assim que uma equipe de psicólogos e assistentes sociais da Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (Codecir) promoveu mais uma atividade das ações informativas que, desde o início de março, vem percorrendo várias unidades da Rede Municipal de Ensino.

Até o final do mês de abril serão visitadas 53 escolas, distribuídas em vários bairros da cidade. Um total de 1.590 alunos receberá a Codecir nas suas salas de aula. A intenção é levar até esses estudantes (com idade entre 9 e 11 anos) informações sobre a atuação da Defesa Civil na cidade, assim como dicas de segurança nos locais onde moram, os cuidados a serem tomados para prevenir riscos e de que forma agir em situações de emergência. “Estamos realizando essa atividade nas escolas com o intuito de despertar uma nova consciência nessas crianças, principalmente sobre o papel delas no que diz respeito à sua contribuição para que o seu lar, sua rua e o seu bairro sejam um lugar mais seguro de se morar”, explicou a coordenadora de Defesa Civil do Recife, Keila Ferreira.

Durante a ação educativa, são desenvolvidas atividades lúdicas, que estimulam a interação e participação dos alunos. Palavras-chave aludem a termos constantemente utilizados no linguajar da Defesa Civil, fazendo links com a memória das crianças. Num verdadeiro ping-pong de perguntas e respostas, palavras como “barreira”, “deslizamento” e “lona” ganham imediata associação e significado, sendo facilmente compreendidas pelos pequenos. Em seguida, a equipe explica o que é Defesa Civil, como ela trabalha e as práticas seguras que devem ser praticadas por quem vive em locais mais suscetíveis a riscos.

Não jogar lixo nas barreiras e canaletas, não plantar árvores de grande porte e não construir casas às margens das encostas, por exemplo. As bananeiras, por serem plantas com raízes que absorvem uma grande quantidade de água, também devem ser evitadas nas áreas altas. Também é importante estar sempre atento a indícios de risco, como infiltrações, vazamentos e rachaduras nas paredes de casa. Essas e outras dicas foram passadas aos pequenos.

A dinâmica adotada pelas equipes em sala de aula é personalizada. Cada regional da Codecir faz sua apresentação de uma forma diferente, lançando mão das mais diversas estratégias para manter os alunos atentos, seja com palavras-cruzadas, slides, projeções, jogos de adivinhação. “O principal é prender a atenção das crianças, com algo mais agitado e didaticamente mais próximo da realidade deles. Com isso, eles percebem que o que é dito na sala de aula faz parte do dia-a-dia deles. Essas crianças passam a se sentir, então, parte fundamental dessa realidade e protagonistas nas mudanças de atitude e consciência que precisam existir para que eles vivam num lugar mais seguro”, declarou uma das instrutoras da equipe da Codecir, a psicóloga Maria-Clara Mendes.

Com olhos atentos e respostas na ponta da língua, as crianças reagiam prontamente a cada explicação da psicóloga e enxergavam projetada no quadro a realidade que vivem no cotidiano, nos morros da cidade. Porém, sabendo que é possível, a partir de pequenas ações, viver de forma mais segura e tranquila. A participação dos alunos, por vezes, supera as expectativas. Muitos se reconhecem nas situações que vão surgindo ao longo das explicações e das brincadeiras feitas com o intuito de ensinar. Cibele Alexandre, de 11 anos, contou que mora com a tia, Simone, na parte superior de uma barreira, no Jordão Baixo. “Muita coisa que disseram aqui eu já sabia, pois já vi o pessoal da Codecir lá em casa, explicando”, disse. “Eu morro de medo quando chove, mas, agora, eu sei o que posso fazer pra que a gente não tenha problemas onde a gente mora”, continuou, ao que foi acompanhada pela colega Deiziane Cristina, de 10 anos, que emendou: “tudo isso que a gente aprendeu aqui a gente tem que dizer pros colegas, pros pais da gente e pro pessoal que vive perto da gente. É importante pra todo mundo”, completou.