Violência contra mulher e racismo na saúde são temas de encontro no Programa Academia da Cidade
“Numa sociedade racista, não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”. A célebre frase da filósofa, escritora e professora Angela Davis ressalta a importância de ser um aliado na luta contra o racismo. Luta que tem data e mês certo para ser lembrada: 21 de março, Dia Internacional da Luta Contra a Discriminação Racial. E é em alusão a essa data que, nesta terça-feira (28), a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife irá realizar uma palestra sobre Violência Contra Mulher e Combate ao Racismo na Saúde, no polo do Cavouco do Programa Academia da Cidade (PAC), na Iputinga, das 7h às 10h.
A palestra será realizada com os usuários do PAC, que poderão também participar de uma oficina de turbante e realizar serviços de saúde, como aferição de pressão e glicose, sem deixar de lado a aula de ginástica - que já faz parte das atividades diárias do polo. Durante o evento, profissionais da Política da Saúde da População Negra, Programa Academia da Cidade e Política de Direitos Humanos irão conduzir as atividades.
“O 21 de março é um marco na batalha pelas conquistas de direitos sociais para a população negra. E essa atividade que vamos realizar reforça a importância de debatermos o racismo, que está em todas as camadas da nossa sociedade. Estamos promovendo a saúde não só a partir da atividade física, mas também quando falamos sobre o racismo dentro de espaços de cuidado”, comenta Rose Santos, coordenadora da Política de Saúde Integral da População Negra (PSIPN).
DIA INTERNACIONAL DA LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL - 21 de março marca a lutra contra a discriminação racial. Data que foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória às vítimas do Massacre de Sharpeville, que ocorreu na África do Sul em 1966. Em meio ao apartheid, 20 mil pessoas negras protestavam pacificamente contra a instituição da Lei do Passe, que previa a obrigatoriedade de negros portarem cartões de identificação nos quais constavam os locais aonde eles poderiam ir. Tropas do exército local atiraram contra os manifestantes, deixando 186 pessoas feridas e 69 pessoas mortas no massacre.