Domingo movimentado e solidário no Recife Antigo
Além de esportes e lazer, o Recife Antigo de Coração, projeto da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer, levou também solidariedade para as ruas do bairro histórico neste domingo. Logo pela manhã, um show da cantora Adriana B animou ciclistas e pedestres que circulavam pelo bairro, lembrando a todos da importância de ajudar o próximo.
O Show do Bem, que fez sua estréia hoje no palco montado em frente ao Marco Zero, vai durar até o fim do ano, levando sempre Adriana e ilustres convidados para animar o bairro. Neste domingo, foi Alcymar Monteiro quem fez uma participação especial para reforçar o recado solidário. O cantor também não economizou elogios ao projeto da Prefeitura do Recife. "É uma maneira de o povo vir para a rua, se divertir. Espero que o Recife Antigo de Coração perdure, que vá em frente. Ele já se tornou uma marca do Recife, um serviço da cidade para o cidadão", disse.
Numa articulação entre as secretarias de Turismo e Lazer e de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, o bem tomou conta ainda da Avenida Rio Branco, com a montagem da Feirinha do Bem, da qual participaram AACD, Instituto Gentileza, Novo Rumo e Abrigo Espírita Lar de Jesus. Também foi disponibilizado um quiosque para interessados em se inscrever no Transforma Recife, plataforma de voluntariado lançada pela Prefeitura do Recife para conciliar oferta e demanda de voluntários na cidade. "Nenhuma cidade do Brasil conta com iniciativa parecida. Agora, com essa divulgação no Recife Antigo, onde podemos conversar com as pessoas presencialmente, pretendemos aumentar bastante nossa base de dados", disse Fábio Silva, idealizador da plataforma.
O público aprovou. "Sempre freqüentei o Recife Antigo de Coração. Acho bem legal, uma alternativa de lazer muito importante da cidade. Agora o projeto ficou ainda melhor com esse estímulo ao voluntariado, que é uma tendência em todo o mundo. Todos juntos somos capazes de transformar qualquer realidade", disse Laura Lima, 50 anos, relações públicas.
Ainda na Rio Branco, foram disponibilizados quiosques da Facipe, onde quatro massagistas se revezavam para relaxar o público do evento; do grupo Arte de Viver, que ofereceu aulas gratuitas de respiração e Ioga; além do Centro de Mergulho Aquático, que divulgou a prática que rendeu ao Recife o rótulo de capital brasileira do mergulho de naufrágio. "Recebemos em torno de 6 mil turistas por ano para mergulhar. Principalmente vindos de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Estados Unidos, Chile. Mas nossa vocação para esportes náuticos é tanta, que esse número pode crescer. Daí a importância da divulgação", disse Edisio Rocha, um dos sócios da empresa.
À tarde, a avenida fechada para tráfego exclusivo de pedestres recebeu uma ação da ONG Julietas SOS Animal, de doacão de animais de vários portes e idades, vindos de vários abrigos da cidade. Teve ainda o projeto DDDança, da Secretaria de Turismo, que antecipou as comemorações do Dia Mundial da Dança, celebrado todo 29 de abril, colocando o Recife Antigo inteiro para balançar.
Apresentaram-se ainda no bairro as atrações musicais Andrea Luiza e Karyna Spinelli, além de Quinteto Violado, no palco do Dançando na Rua.
A criançada também marcou presença no Recife Antigo de Coração. No polo infantil, teve recreação, brinquedos infláveis, exposição de álbum de figurinha, oficina de cupcake, espetáculo de mágica e campeonato de botão.
A dona de casa Sandra da Silva levou os filhos Jaime e Sílvia para aproveitar um pouco de cada coisa. "Não conhecia o projeto. Agora não perco mais", disse. Logo ao lado, Elma Hermínia de Santos, 37 anos, e Renato José de Lima, 36 anos, curtiam com os três filhos o projeto que virou tradição familiar faz tempo. "A gente sempre vem", disse Renato. "Sair de casa para respirar, brincar, se exercitar: pode haver programa melhor?"
José Edson, 35 anos, assistente de RH, também escolheu o Recife Antigo como cenário para o domingo em família. "Na verdade, escolho sempre. Desde que descobri o projeto enquanto pedalava, não deixo mais de vir." "Nem eu", brincou seu filho Jhonathan, de oito anos, que sentenciou: "O Recife Antigo é massa!"
O polo esportivo, com futebol, vôlei, basquete de rua, parkour, patinação artística e tênis na Marquês de Olinda; futebol americano na Avenida Rio Branco; além de badminton e slackline na Rua Dona Maria César; também ficou lotado. Tão logo chegaram ao bairro, a primeira providência das amigas Carla Costa, 22 anos, e Thaise ferreira, 20 anos, foi entrar da fila do vôlei. "Muito boa essa iniciativa da Prefeitura."
Já a família de Paloma Holanda e Carlos Eduardo, 27 e 37 anos, preferiu se arriscar na corda bamba. "Adoramos o slackline. Já viemos outras vezes. O projeto é show. Vamos voltar sempre", disse Carlos Eduardo, ajudando as pequenas Safira, 5 anos, e Yohanna Francisca, 10 anos, a manterem o equilíbrio em cima da corda.
RECIFE CONVIDA
Nesta edição, a cidade convidada a desfilar suas belezas no Recife Recebe foi Arcoverde, município do Sertão do Moxotó, que levou para o bairro suas principais tradições culturais, como o Coco Raízes de Arcoverde, o Boi Maracatu Arcoverde e os forrozeiros Mazinho De Arcoverde, Paulinho Leite, George Silva e Wagner Carvalho.
MÚSICA NAS IGREJAS
A segunda edição do projeto, que leva uma orquestra para executar música ao vivo dentro da igreja Madre de Deus, foi protagonizada pela Orquestra Criança Cidadã, projeto criado em 2006 para assegurar cidadania e formação profissional para crianças da comunidade do Coque. No repertório, os jovens músicos executaram peças dos períodos romântico, neoclássico e do Movimento Armorial, sob a regência do maestro Nilson Galvão Jr.
Os estudantes Felipe Pereira, 26 anos, e Ana Roberta, 23 anos, já estão fregueses do Música nas Igrejas. “Viemos na estreia, voltamos agora e não faltaremos no próximo mês. O projeto é incrível”, disse Felipe.
O casal Magda Cristina, 27 anos, e José Barbosa, 32 anos, também já confirmaram presença para a edição de maio. “A iniciativa é ótima. Pioneira por aqui. Divulga as orquestras locais e ainda abre a igreja para o povo. A música valoriza a igreja, a igreja valoriza a música e o público desfruta das duas coisas”, comemorou José.
Para a aposentada Ieda Nogueira, 74 anos, o maior mérito do projeto é fazer com que a música clássica e erudita chegue mais perto da população. “Cultura é fundamental. Transforma as pessoas.”