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| 27.07.12 - 18h39

Ação da Saúde na Boa Vista detecta seis casos de hepatites B e C no Recife

Doentes foram identificados entre as 200 pessoas que fizeram a testagem rápida da enfermidade no local onde o procedimento será oferecido na rotina

A Secretaria de Saúde do Recife avaliou como bastante positivo o balanço do evento que anunciou a implantação do teste rápido de hepatites B e C na rede municipal. A mobilização ocorreu ao longo desta sexta-feira (27), no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), instalado na Policlínica Gouveia de Barros, na Boa Vista – onde os exames estarão disponíveis de segunda a sexta, das 9h às 15h, a partir do dia 30 de julho.

Ao todo, foram realizados 200 testes. Desses, seis tiveram sorologia positiva para o vírus, sendo metade do tipo B e metade do tipo C da doença. Moradores do Recife, os infectados serão encaminhados para tratamento em unidade de referência na capital pernambucana.

“O volume de exames realizados em um só dia foi considerável. A população entendeu a importância da iniciativa, aderiu ao nosso chamamento e compareceu à mobilização. Ao todo, 3% dos exames foram reagentes para o vírus. O resultado é bastante significativo e demonstra a necessidade de investirmos cada vez mais em políticas públicas com foco no enfretamento do problema”, comentou Acioli Neto, coordenador municipal de DST/Aids e Hepatites Virais.

O evento promovido pela Prefeitura do Recife contou com o apoio do Naphe (Núcleo de Apoio aos Portadores de Hepatites Virais) e da Universidade de Pernambuco (UPE). Ele também marcou a comemoração do Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, celebrado neste sábado (28). Além da testagem rápida, com a atuação de técnicos e assistentes sociais, a ação contou com a participação de arte-educadores, exibição de vídeos, distribuição de material educativo e entrega de preservativos, sachês de gel lubrificante e o cordel Como não amarelar?, sobre a importância da prevenção à enfermidade.

A testagem rápida consiste em apenas um furo indolor no dedo. O resultado sai entre 15 minutos a uma hora. De acordo com o Ministério da Saúde, existe cerca de 1,5 milhão de pessoas infectadas pela hepatite C no Brasil. Esse tipo do vírus é responsável por 70% das hepatites crônicas, 40% dos casos de cirrose e 60% dos cânceres primários de fígado.

Saiba mais - Hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus, uso de certos remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. É uma doença silenciosa que nem sempre apresenta sintomas, mas quando eles aparecem podem incluir cansaço, febre, pele e olhos amarelados e urina escura, apresentar mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal e fezes claras.

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E – este último, mais frequente na África e Ásia. Milhões de pessoas no País são portadoras do tipo B ou C e não sabem, correndo o risco de as doenças tornarem-se crônicas e causarem danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite.

A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas – isto quer dizer que o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando completamente o microorganismo. As hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas quanto crônicas de infecção, quando a doença persiste no organismo por mais de seis meses.