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| 27.08.12 - 09h00

Sábado com palestras, performances e lançamento de livros no Festival de Literatura

[caption id="attachment_24830" align="alignleft" width="334"] Conversa com Wisnik sobre a fusão da música com a literatura prendeu a atenção do numeroso público. Foto: Daniela Nader[/caption]

Um dos momentos mais esperados do Festival Recifense de Literatura é sempre o painel “A letra e a voz”. Na noite deste sábado (25), quem compareceu à Livraria Cultura, pôde conhecer um pouco mais da vida e trajetória do escritor e músico, José Miguel Wisnik. Mediada pelo jornalista Talles Colatino, a conversa com Wisnik sobre a fusão da música com a literatura prendeu a atenção do numeroso público.

Embora já estudasse piano clássico desde cedo, ao chegar o momento de escolher um curso para ingressar na universidade, José Miguel optou por fazer Letras na USP. Formou-se, é mestre e doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada e leciona na mesma universidade que lhe deu os títulos. Mas contou que nunca deixou do lado a música, que sempre foi uma paixão.

Passei por momentos de conflito comigo mesmo, pois achava que não poderia seguir as duas profissões, como se fosse algo proibido tocar um instrumento e dar aulas. Numa certa época comecei a pensar em personalidades como Vinícius de Moraes que por muito tempo atuou somente como escritor, mas que ao longo da vida teve o caminho cruzado com o dos irmãos Tapajoz, com quem compôs as primeiras canções e dividiu uma banda musical, e com Tom Jobim, com quem fez tantas músicas de sucesso”, lembrou José.

Hoje não me sinto mais dividido, consegui unir meus dois ofícios de maneira prazerosa e útil”, explicou Wisnik, referindo-se aos livros sobre música escritos por ele (O som e o sentido, O coro dos Contrários - música em torno da semana de 22 e O nacional e o popular na cultura brasileira – música).

Na mesma noite, no Teatro Hermilo Borba, aconteceu o lançamento das sete obras vencedoras dos Prêmios Literários e mais a coletânea Antônio Maria de Crônicas, que reúne obras de autores pernambucanos, editadas e publicadas através da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife (confira nomes e sinopses dos livros no anexo).

Balada Literária – Enriquecendo ainda mais programação do Festival, foi realizada no Teatro Apolo, a Balada Literária, evento criado pelo escritor e ator pernambucano, Marcelino Freire, que já acontece com sucesso crescente, há sete anos, em São Paulo. O evento reuniu o público apreciador de literatura e contou com a presença da secretária de Cultura, Simone Figueiredo, do presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, André Brasileiro, e da gerente de serviços da Gerência de Literatura e Editoração, Carolina Leão.

O Festival foi mais uma vez um grande sucesso que foi perceptível pela qualidade dos debates, pelo público numeroso sempre lotando o auditório da Livraria Cultura e pelo aumento da participação de jovens na programação que preparamos”, afirmou Simone. “Estamos chegando ao fim do Festival com grande felicidade por poder proporcionar à população um evento democrático que incentiva a leitura, o conhecimento. Felizes também por realizar o lançamento das obras dos Prêmios Literários, tão esperadas por todos e ainda encerrar essa noite com a Balada Literária, que é uma novidade para o Recife”, reforçou André Brasileiro.

No palco, Marcelino Freire comandou a Balada com o escritor Paulo Scott e o músico Flu. Os dois foram os primeiros parceiros de Marcelino na primeira vez que o projeto aconteceu em São Paulo. Juntos, os três dinamizavam a leitura de textos, poesias, enquanto eram projetadas imagens de performances ou filmes numa tela, com fundo musical executado ao vivo.

A ideia disso tudo veio porque eu queria fazer as pessoas perceberem que a literatura pode ter outras interferências, outras maneiras de se fazer presente. Não precisa apenas estar escrita num papel. Espero trazer esse evento completo para o Recife”, contou Marcelino. Já o escritor Paulo Scott, diz que faz tudo para se divertir. “Não penso muito no resultado do que vou apresentar. Pra mim é apenas uma maneira de não me levar tão a sério”, afirmou. Após as performances, o DJ Pepe Jordão comandou o som que animou o fim de noite do público.

Neste domingo (26), o festival teve como atividades a Feira de Livro e contação de histórias e oficinas no Espaço Criança, realizadas no Paço Alfândega; e concurso de performances literárias "Recitata", na Rua da Moeda. O evento é realizado pela Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), e conta com patrocínio do BNDES, Banco do Nordeste e Fundação Itaú Social, e com o apoio do Paço Alfândega, Livraria Cultura, Livraria Jaqueira, Sesc, Companhia Editora de Pernambuco (CEPE) e Gráfica Santa Marta. Outras informações através do site do festival: www.festivalaltetraeavoz.com.br.

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