Sábado com palestras, performances e lançamento de livros no Festival de Literatura
Um dos momentos mais esperados do Festival Recifense de Literatura é sempre o painel “A letra e a voz”. Na noite deste sábado (25), quem compareceu à Livraria Cultura, pôde conhecer um pouco mais da vida e trajetória do escritor e músico, José Miguel Wisnik. Mediada pelo jornalista Talles Colatino, a conversa com Wisnik sobre a fusão da música com a literatura prendeu a atenção do numeroso público.
Embora já estudasse piano clássico desde cedo, ao chegar o momento de escolher um curso para ingressar na universidade, José Miguel optou por fazer Letras na USP. Formou-se, é mestre e doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada e leciona na mesma universidade que lhe deu os títulos. Mas contou que nunca deixou do lado a música, que sempre foi uma paixão.
“Passei por momentos de conflito comigo mesmo, pois achava que não poderia seguir as duas profissões, como se fosse algo proibido tocar um instrumento e dar aulas. Numa certa época comecei a pensar em personalidades como Vinícius de Moraes que por muito tempo atuou somente como escritor, mas que ao longo da vida teve o caminho cruzado com o dos irmãos Tapajoz, com quem compôs as primeiras canções e dividiu uma banda musical, e com Tom Jobim, com quem fez tantas músicas de sucesso”, lembrou José.
“Hoje não me sinto mais dividido, consegui unir meus dois ofícios de maneira prazerosa e útil”, explicou Wisnik, referindo-se aos livros sobre música escritos por ele (O som e o sentido, O coro dos Contrários - música em torno da semana de 22 e O nacional e o popular na cultura brasileira – música).
Na mesma noite, no Teatro Hermilo Borba, aconteceu o lançamento das sete obras vencedoras dos Prêmios Literários e mais a coletânea Antônio Maria de Crônicas, que reúne obras de autores pernambucanos, editadas e publicadas através da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife (confira nomes e sinopses dos livros no anexo).
Balada Literária – Enriquecendo ainda mais programação do Festival, foi realizada no Teatro Apolo, a Balada Literária, evento criado pelo escritor e ator pernambucano, Marcelino Freire, que já acontece com sucesso crescente, há sete anos, em São Paulo. O evento reuniu o público apreciador de literatura e contou com a presença da secretária de Cultura, Simone Figueiredo, do presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, André Brasileiro, e da gerente de serviços da Gerência de Literatura e Editoração, Carolina Leão.
“O Festival foi mais uma vez um grande sucesso que foi perceptível pela qualidade dos debates, pelo público numeroso sempre lotando o auditório da Livraria Cultura e pelo aumento da participação de jovens na programação que preparamos”, afirmou Simone. “Estamos chegando ao fim do Festival com grande felicidade por poder proporcionar à população um evento democrático que incentiva a leitura, o conhecimento. Felizes também por realizar o lançamento das obras dos Prêmios Literários, tão esperadas por todos e ainda encerrar essa noite com a Balada Literária, que é uma novidade para o Recife”, reforçou André Brasileiro.
No palco, Marcelino Freire comandou a Balada com o escritor Paulo Scott e o músico Flu. Os dois foram os primeiros parceiros de Marcelino na primeira vez que o projeto aconteceu em São Paulo. Juntos, os três dinamizavam a leitura de textos, poesias, enquanto eram projetadas imagens de performances ou filmes numa tela, com fundo musical executado ao vivo.
“A ideia disso tudo veio porque eu queria fazer as pessoas perceberem que a literatura pode ter outras interferências, outras maneiras de se fazer presente. Não precisa apenas estar escrita num papel. Espero trazer esse evento completo para o Recife”, contou Marcelino. Já o escritor Paulo Scott, diz que faz tudo para se divertir. “Não penso muito no resultado do que vou apresentar. Pra mim é apenas uma maneira de não me levar tão a sério”, afirmou. Após as performances, o DJ Pepe Jordão comandou o som que animou o fim de noite do público.
Neste domingo (26), o festival teve como atividades a Feira de Livro e contação de histórias e oficinas no Espaço Criança, realizadas no Paço Alfândega; e concurso de performances literárias "Recitata", na Rua da Moeda. O evento é realizado pela Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), e conta com patrocínio do BNDES, Banco do Nordeste e Fundação Itaú Social, e com o apoio do Paço Alfândega, Livraria Cultura, Livraria Jaqueira, Sesc, Companhia Editora de Pernambuco (CEPE) e Gráfica Santa Marta. Outras informações através do site do festival: www.festivalaltetraeavoz.com.br.
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