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Cultura | 27.08.17 - 11h46

Último dia do Festival A Letra e a Voz

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Programação gratuita, oferecida pela Prefeitura do Recife, encerra, hoje, com contação de história e atrações para pequenos leitores (Foto: Marcos Pastich/PCR)

 

Acaba hoje (27), a 15ª edição do Festival A Letra e a Voz, que celebra os 200 anos da Revolução Pernambucana. A programação, oferecida pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, terá seu último dia dedicado às crianças. A partir das 16h, vai ter contação de história, apresentação de balé e Festa do Livro, na estrutura montada no Cais da Alfândega. Além disso, a peça O Suplício de Frei Caneca será encenada às 18h, na Basílica do Carmo.

Ontem, no penúltimo dia de programação do festival, a Revolução de 1817 foi discutida à luz da história. Participaram da mesa de debates o historiador Antônio Jorge Siqueira e o mediador Félix Filho, diretor do Arquivo Público de Pernambuco. A programação contou ainda com sessão de autógrafos de Heron Villar e Thony Silas, autores da publicação A Noiva, que trata da Revolução Pernambucana em quadrinhos, e com recital feminista, promovido pela Secretaria da Mulher, em homenagem a Bárbara de Alencar, heroína do movimento. 

Mesmo debaixo de fortes chuvas, muita gente dedicou a tarde à literatura. "Um evento como esse é muito importante, porque traz a literatura ao encontro de seu público, além de provocar a interação entre leitores e autores", avaliou Tarcísio Pereira, ex-proprietário da lendária Livro 7, que ocupa um dos estantes da Feira do Livro. "Achei maravilhoso. Um ambiente muito produtivo para conversas e trocas", concordou Thony Silas, quadrinista pernambucano contratado pela DC Comics e Marvel.

A professora Solange de Lira era toda entusiasmo com a programação gratuita, oferecida pela Prefeitura. "Queria só comprar um livro sobre a Revolução de 1817, para trabalhar com meus alunos. Mas tive o prazer de assistir a um show de cultura. A gente precisa mais disso: divulgar o que é nosso", comemorou. 

Mais que opção de lazer, a economista Roseli de Góes, 50 anos, defendeu o festival como uma importante ação de formação de público leitor para a cidade. "Tem que estimular esse hábito entre os jovens, hoje em dia tão cooptados pela tecnologia." 

A estudante Renata Albuquerque, que não perde uma edição do evento, confessou que aprendeu a gostar de ler "na marra", por pressão dos pais. "Comecei a ler obrigada. Hoje adoro. A gente escreve melhor, aprende sobre tudo", disse Renata, com a irmã Rebeca a tiracolo. "Todo ano a gente vem, a família toda. E participa da tudo."

Lembrando como a revolução foi menosprezada pelos primeiros relatos históricos produzidos sobre o Brasil, Félix Filho abriu as discussões da tarde, protagonizadas por Antônio Jorge Siqueira. O professor celebrou a oportunidade de falar no movimento que, para ele, fez com que o Brasil começasse a sonhar em ser Brasil. "A Revolução Pernambucana foi injustiçada, propositalmente esquecida. O primeiro historiador oficial do Brasil, Francisco Varnhagen, descreveu, a pedido da corte, a revolução como ‘uma grande calamidade, um crime, em que só tomaram parte homens de inteligência estreita ou de caráter pouco elevado’." Para romper com o que Antônio Jorge chama de "instituição do silêncio", o professor defende que todo debate é pouco para honrar aquela gloriosa passagem histórica, protagonizada por Pernambuco. 

 

Serviço

 

Festival A Letra e a Voz  

 

Domingo (27)

 

16h - Contação de História para crianças e jovens

17h - Apresentação do Ballet Simone Monteiro

Local:Cais da Alfândega 

 

18h - Encerramento do Festival com uma apresentação do espetáculo de teatro O Suplício de Frei Caneca 

Local: Basílica do Carmo