Horta sensorial marca Semana Municipal da Pessoa com Deficiência
Uma manhã festiva marcou as atividades da 17ª Semana Municipal da Pessoa com Deficiência na Escola Municipal de Santo Amaro nesta segunda-feira (27 de agosto). A escola, que atende 474 estudantes nos turnos da manhã, tarde e noite, acolhe também 35 alunos da educação especial com as mais diversas necessidades pois são crianças autistas com baixa visão ou com deficiências físicas e intelectuais.
As atividades contaram com convidados especiais e foram abertas com a presença de Priscilla Mesquita, educadora física e professora de dança com síndrome de Down. Ao som de muita zumba, Priscilla levou as crianças reunidas na área social da escola a dançar os ritmos de sonoridades latinas. Em seguida, o professor e músico Carlos Lira executou canções em seu saxofone para uma atenta plateia. Destaque também para a presença de Gustavo Dantas, professor da rede de ensino que é cego e que veio apresentar às crianças o seu cão-guia, Aisha.
O destaque da 17ª Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, entretanto, ficou por conta da inauguração da Horta Sensorial na unidade. Com o objetivo de integrar alunos com e sem deficiência, além de estimular os sentidos, a horta sensorial se diferencia das hortas normais por manifestar-se através de quatro sentidos. O tato, através das texturas das plantas, a audição, com os repuxos d’água, a visão, através das cores e o olfato com os aromas das espécies.
Fruto de uma parceria com o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) e Secretaria do Meio Ambiente (SDSMA). A SDSMA contribuiu com 20 mudas de hortaliças (Alface crespa e lisa, berinjela, beterraba, couve folha, salsa, Brócolis e coentro), fez sensibilização e capacitação de professores e alunos de como fazer o plantio e manutenção da horta. O IPA, por sua vez, também promoveu a doação de mudas e o espaço foi pensado para que os cadeirantes pudessem circular livremente.
Para Maria Luiza Melo, professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE), todo o projeto foi pensado para integrar os alunos. “A horta terá importante papel no desenvolvimento dos sentidos e na construção do imaginário e da criatividade dos alunos como o contato através do tato, olfato, por exemplo, mas também vai possibilitar mais contato com a natureza, mexer na terra, cuidar das plantas”, conta a professora.
Para Juan Miguel (8) anos, que possui baixa acuidade visual, a horta ajuda muitos estudantes deficientes. “Acho ótima, a horta te ajuda nos cinco sentidos como visão, tato, olfato, paladar e visão. Senti que a planta tinha a mesma textura de uma folha e o que mais gostei foi o formato circular da horta”, ressalta ele, pois o formato permite o acesso de estudantes cadeirantes ao local, que é cuidado pelos próprios estudantes.