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A Prefeitura do Recife, por intermédio da Divisão de Educação Especial da Secretaria de Educação, promoveu hoje (27), durante todo o dia, o 2º Fórum Municipal Bilíngue. O evento, que teve como palco o auditório da Escola de Formação de Educadores do Recife Paulo Freire, na Madalena, reuniu cerca de 400 pessoas, entre professores do ensino regular e do atendimento educacional especializado, técnicos municipais, estudantes ouvintes e surdos e gestores das escolas que mantém salas bilíngues, além de convidados de outros municípios, como Olinda, Paulista, Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho.

Aberto às 9h pela gerente de Política e Formação Pedagógica da Rede Municipal, Gilvani Pilé, o Fórum contou com a apresentação de um coral formado por alunos ouvintes e surdos das escolas municipais Cristiano Cordeiro (Ibura) e Karla Patrícia (Boa Viagem). Eles executaram o hino de Pernambuco na Língua Brasileira de Sinais – Libras. A programação contou ainda com palestras de especialistas da Prefeitura do Recife e de convidados, a exemplo da professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Denise Coutinho, que desenvolveu o tema “Educação de surdos: de qual bilinguismo estamos falando?”.

Gilvany Pilé saudou os presentes, lembrando que a rede municipal do Recife atende hoje 122 estudantes surdos, sendo 71 deles atendidos em salas bilíngues e os demais inclusos em salas regulares em geral, da educação infantil até o Ensino de Jovens e Adultos - EJA. “Nosso objetivo com um evento como esse é fortalecer cada vez mais o uso da língua de sinais no dia a dia das escolas e entre os familiares e amigos dos alunos surdos”, ressaltou.

A chefe do Departamento de Educação Especial do Recife, Shirley Moura, disse que reunir especialistas no assunto é uma prova do compromisso da rede municipal do Recife com a política de inclusão das pessoas com deficiência. “Esse fórum é um espaço aberto muito importante para discutir e conhecer novas propostas voltadas para a educação bilíngue não só no Recife, mas em todo o estado”, refletiu.

Sunnye Rose Gomes, chefe de Unidade da Educação Inclusiva da Gerência de Políticas Educacionais da Secretaria de Educação do Estado, apresentou números e dados do que vem sendo feito pela atual gestão para fortalecer a política de inclusão em Pernambuco. “Na rede estadual temos hoje 542 salas de aula equipadas com recursos multifuncionais. Além disso, anualmente cerca de mil pessoas concluem os cursos de Libras oferecidos pela nossa secretaria”, ressaltou.

Um dos alunos ouvintes do coral que executou o hino de Pernambuco em Libras, Matheus Nunes, de 14 anos, da Escola Cristiano Cordeiro, disse que estava feliz com a apresentação. “Convivo muito bem com os colegas surdos. Acho que essa ideia de incentivar os estudantes ouvintes a aprender Libras deve ser implantada em todas as escolas de Pernambuco, pois é uma maneira muito positiva de incentivar a aproximação entre ouvintes e não ouvintes”, frisou. 

Professora bilíngue da escola onde Matheus estuda, Nélia Pinho contou que a sugestão de criar o coral que acabara de se apresentar partiu dos alunos ouvintes. “Também participei do primeiro fórum, em 2015, pois acho esse evento muito importante para a política de inclusão da nossa rede. Sobre o nosso coral, o interesse partiu dos próprios alunos que sentiram a necessidade de se aproximarem dos colegas surdos, o que deixou toda comunidade escolar muito feliz”, garantiu.