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Cultura | 27.10.14 - 16h00

Espetáculo belga encerrou a programação do 19º FIDR

Concebido pelo cearense radicado na Bélgica Claudio Bernardo, “L’AssautdesCieux” é uma alegoria sobre a condição humana em sua tristeza e desilusão. (Foto: Irandi Souza/PCR)

O vibrante espetáculo “L’AssautdesCieux”, do grupo belga As Palavras – Cie. Claudio Bernard, encerrou neste domingo (26), no Teatro de Santa Isabel, a maratona do 19º Festival Internacional de Dança do Recife. Realizado pela Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, o festival movimentou ao longo de 11 dias mais de 27 espetáculos, além de seminários e oficinas, espalhados por diversos pontos da cidade.

O presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Diego Rocha, avalia positivamente a edição deste ano. “Foram 11 dias de espetáculos diversos, que atraíram uma média excelente de público. Os debates e seminários enriqueceram ainda mais a programação e também contaram com uma presença maciça de pessoas da área da dança. Acredito que alcançamos nosso objetivo que era o de realizar um festival de dança com diversidade e qualidade”, destaca.

“O festival esteve acima das expectativas em alguns aspectos, como a participação do público fora dos teatros convencionais, tanto nas intervenções quanto nos espetáculos no Paço do Frevo e Paço Alfândega. De forma que esse objetivo que a gente buscava, de conquistar público pra dança, nós atingimos bem acima do que prevíamos”, avalia o coordenador do FIDR, Romildo Moreira.

Concebido pelo cearense radicado na Bélgica Claudio Bernardo, “L’AssautdesCieux” (na tradução, “O Assalto aos Céus”) é uma alegoria sobre a condição humana em sua tristeza e desilusão. Em cena, seis bailarinos vestidos em jeans e camisetas lançam-se em uma audaciosa tentativa de assaltar os céus. A montagem faz uso de elementos de dança, circo e teatro para mostrar que é possível voar além de nossos medos e limitações. “Fiquei impressionado com a técnica dos bailarinos e com a forma como eles combinam a dança e o circo. O espetáculo é delicado e poético”, elogiou o estudante Flávio Pessoa.

Além do grupo belga, o 19º FIDR colocou o Recife na rota da companhia argentina Mudanzas Escénicas CLAP!, que apresentou o espetáculo “Partida”, no último sábado (25), no Teatro Hermilo Borba Filho. O festival abriu espaço para um grande leque de ritmos: do clássico à dança afro, passando pelo hip hop e dança contemporânea. Entre os destaques deste ano estiveram o grupo Bacnaré, que fez a estreia nacional do seu “Nações Africanas”, na abertura do evento; o belo “Ecos”, da companhia paulista Fragmento da Dança, o espetáculo “2 Mundos”, que trouxe um surpreendente diálogo entre a dança e a Língua Brasileira de Sinais (Libras), além do destaque dado às produções locais. Este ano, 80% da programação foi selecionada por meio de edital.

O 19º FIDR também apresentou novidades. Entre elas, a realização de espetáculos gratuitos, no Paço Alfândega, sempre às 12h30. Outro destaque foi a parceria com o minifestival baiano De Solos e Coletivos, organizado pelos grupos Núcleo Vagapara e Quitanda, que realizou três dias de apresentações no Centro Cultural dos Correios. As atividades informativas incluíram a realização de quatro oficinas e dois seminários. “É importantes destacar a presença dos artistas da dança, assistindo os espetáculos e também participando das atividades”, colocou Romildo.