Estudantes da rede municipal viajam para participar de torneio de robótica em Natal
Cerca de 40 estudantes de cinco escolas da rede municipal de ensino do Recife viajaram, nesta quinta-feira (26), para Natal, onde participarão da etapa regional Nordeste do Torneio de Robótica First Lego League (FLL), nesta sexta (27) e sábado (28). As cinco equipes da Prefeitura do Recife competirão com outros 35 times de escolas públicas e privadas do Nordeste, entre unidades de Ensino Fundamental, Médio e Técnico. Das 40 participantes, três se classificarão para a fase nacional, que será disputada em março de 2016, em Brasília. Na FLL 2015/2016, os alunos terão pela frente o desafio "Trash Trek", que envolve a busca de soluções para a questão do lixo.
Além das 40 equipes que participam da regional Nordeste em Natal, outros 40 grupos disputarão a regional Nordeste em Salvador, na próxima semana. No total, seis equipes nordestinas participarão da etapa nacional. A fase regional da competição está acontecendo em 11 cidades, com cerca de 500 times de todo o Brasil inscritos. No País, a First Lego League é organizada pelo Serviço Social da Indústria (Sesi). Mais de 250 mil estudantes de 80 países diferentes participam da FLL, que mundialmente é conduzida pela Lego Education e pela First.
O secretário de Educação do Recife, Jorge Vieira, foi um dos que acompanhou o embarque dos alunos e dos 14 professores. "Aproveitem essa oportunidade, aprendam muito e também se divirtam. Só o fato de vocês estarem indo para mais esta competição já é muito importante. Este ano vocês vão mais preparados que em 2014. Tenho certeza que vocês vão representar bem a rede municipal de ensino do Recife. Estamos muito orgulhosos de vocês", disse o secretário.
A equipe da Escola Municipal Rodolfo Aureliano, que foi campeã da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), era a mais ansiosa dentro do ônibus. "O povo deve estar esperando muito da gente porque fomos campeões nacionais. Trabalhamos muito pra manter o nível e corresponder às expectativas", disse Maryllia Willyane Félix, que ficou em primeiro lugar na OBR junto com Emerson Almeida e Gabriel Loureiro. Eles foram treinados pelos professores Cid Espíndola e Juliana Borges, além do monitor e estudante Ryan Vinícius Morais, que vai disputar a FLL pela equipe da Escola Municipal Arraial Novo do Bom Jesus. Os outros times que participam do torneio são das Escolas Municipais da Iputinga, João XXIII e Mário Melo.
Emerson Mendes, Presidente da Creare Grupo Educacional, que detém a franquia da Lego Education no Brasil, também acompanhou o embarque dos alunos da rede municipal e explicou as regras da competição. "As equipes são formadas por até dez alunos, que se dividem para fazer pesquisa e programar os robôs para cumprir a missão robótica. Entre os desafios da missão estão pegar lixo e colocá-lo na máquina de reciclagem, resgatar pessoas, entre muitos outros. Ganha o time cujo robô autonomamente realizar mais desafios em menos tempo", esclareceu o parceiro da PCR na implantação do Programa Robótica na Escola.
Os estudantes já estão se preparando para a competição há mais de um mês na Unidade de Tecnologia na Educação e Cidadania (Utec) Gregório Bezerra, que atende diversas escolas situadas no entorno da Várzea. Segundo Elisângela de Araújo, professora de geografia da Escola Municipal João XXIII, ela e os docentes de física e química deram várias aulas sobre temas ligados ao meio ambiente e, mais especificamente, ao lixo, que é o foco da FLL 2015/2016. "Nas minhas aulas, trabalhamos temas como sustentabilidade, coleta seletiva, entre outros. Os alunos estavam muito empenhados, indo treinar na Utec todos os dias. Nessa quarta (25), eles ficaram lá até 22h", conta a professora, que também dá aula de robótica desde o início do programa, em 2014. Ainda de acordo com ela, seus alunos ficaram em primeiro lugar na categoria Ideias mais inovadoras da FLL 2014/2015.
DESAFIOS - A FLL é um torneio internacional voltado para estudantes de 9 a 16 anos, criado para despertar o interesse dos alunos por temas como ciência e tecnologia dentro do ambiente escolar. Os competidores são desafiados a investigar problemas e buscar soluções inovadoras para situações da vida real, bem como programar robôs autônomos para cumprir as missões. Neste ano, os estudantes terão de identificar problemas na maneira como lidamos com o lixo e desenvolver soluções inovadoras.
Além de terem que entregar um projeto de pesquisa, as equipes serão avaliadas em mais três categorias. Na "Design de Robô", os alunos planejam, projetam e constroem robôs com peças Lego. Depois, eles apresentam o desenho mecânico, a estratégia adotada e a programação desenvolvida. Na categoria "Core Values", o que conta é o trabalho em equipe e o espírito colaborativo entre elas. E finalmente, acontece o "Desafio do Robô", quando as máquinas autônomas cumprem missões na mesa da competição, em partidas de até dois minutos e meio.