Viagem para a disputa da São Silvestre começa em clima de muita animação
“O atletismo me devolveu à vida. Eu passava os dias numa cama de hospital, entubada e com depressão, mas consegui sair e comecei a andar, treinando devagarinho. Agora estou muito bem de saúde e participo da São Silvestre há 25 anos”. As palavras de dona Graciete Porfírio da Silva, 72, comprovam os efeitos benéficos do exercício físico na saúde de qualidade de vida das pessoas. Ela é um dos 48 atletas pernambucanos que embarcaram, na manhã deste sábado (26), com apoio da Prefeitura do Recife, para disputar a 91ª edição da tradicional Corrida Internacional de São Silvestre, que acontece na cidade de São Paulo, no dia 31 de dezembro.
A Secretaria de Esportes alugou o ônibus e forneceu camisas, viabilizando a viagem dos corredores. Conhecida como “Índia”, dona Graciete viajou com um boné do seu time de coração, o Santa Cruz, e promete completar a prova com um tempo próximo à marca de 1h35min. “Vou passar dos 100 anos correndo”, garante. “Sem o apoio, muitos desses atletas não conseguiriam viajar. A Prefeitura banca nosso principal custo, que é o transporte”, aponta o coordenador da viagem, Nildo Freitas. Inscrições e hospedagem ficam por conta do grupo.
Aos 62 anos, “seu” Antônio José do Nascimento, o Tapiré, vai correr a São Silvestre pela sétima vez, fantasiado de caboclo de lança, como forma de divulgar a cultura do Estado. “Eu tinha problemas na coluna e os médicos me proibiram de fazer exercícios. Decidi praticar a caminhada, melhorei minha saúde e hoje sou maratonista. Corro 42 km com tranquilidade”, conta. Sua esposa, Elizabeth do Nascimento, 68 anos, diz que já fez cinco cirurgias. “Mas melhorei muito e agora estou firme e forte, graças ao atletismo. Essa será minha segunda São Silvestre”, diz.
Durante a corrida, será impossível não prestar atenção em Severino Pereira, o “Frade Maratonista”, que competirá usando uma vistosa fantasia incluindo sombrinha de frevo, rapadura e cacho de banana nas mãos. “Vou representar o frevo pernambucano!”, dizia animado. Para Pedro Álvares Galdino, 54, o atletismo é a chave para o equilíbrio de corpo e mente. “São três décadas correndo, com muita saúde e alimentação balanceada. Esta será minha 13ª São Silvestre”, lembra.
O secretário municipal de Esportes, George Braga, acompanhou o embarque dos atletas. “Nossa cidade é rica em pessoas que praticam corridas e precisam de apoio para competir. Por isso, a Prefeitura do Recife cede o ônibus para que eles possam viajar a São Paulo. É uma grande festa para corredores de todas as idades”, explica. O grupo deve chegar à capital paulista na segunda-feira (28). Inicia a viagem de volta no dia 1 de janeiro e estará no Recife novamente no dia 3.
HISTÓRIA - A São Silvestre foi idealizada pelo jornalista Cásper Líbero em 1924. O pelotão de elite feminino larga às 8h40 do dia 31. Logo em seguida, às 9h, é a vez do pelotão de elite masculino, pelotão especial e atletas em geral. O percurso de 15 km passa por alguns dos principais pontos turísticos de São Paulo, com largada na Avenida Paulista e chegada em frente à Fundação Cásper Líbero.