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Cultura | 28.06.18 - 20h02

Festa do Fogo celebrou Xangô no Pátio de São Pedro

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Mais de 500 integrantes da Umbanda, Jurema, e das tradição Angola, Ketu, Nagô, Gêge participaram da celebração da noite de ontem (Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR)

 

A Festa do Fogo foi celebrada na noite desta quarta-feira (27) no Pátio de São Pedro. A grande celebração ao Orixá Xangô, divindade do Trovão e da Justiça, que corresponde a São João no sincretismo religioso do Nordeste, contou com a emoção e a alegria de inúmeros devotos e também de gente que estava comparecendo ao evento pela primeira vez. Mais de 500 integrantes da Umbanda, Jurema, e das tradição Angola, Ketu, Nagô, Gêge estiveram presentes.

Para Mãe Elza de Imanjá, organizadora do ritual e coordenadora religiosa da Caminhada dos Terreiros de Pernambuco, Xangô é uma das divindades mais difundidas no Brasil. “A Festa de Xangô remete à fartura, o milho é o ingrediente fundamental nos terreiros. Xangô é festeiro e é representado pelo fogo”, contou ela.

Segundo a Secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, que participou da celebração que integra o Ciclo Junino do Recife e é realizada pela Caminhada dos Terreiros de Pernambuco, com o apoio da Prefeitura do Recife, trata-se de um ritual eloqüente: “vemos uma força que une, alimenta e chega até nós. É uma lembrança da raiz que nos une para sempre”.

Para Pai Manoel de Xangô, do Ilê Axé Xangô Biri, é muito importante celebrar Xangô no ciclo junino. “Ele é o dono do mês. Além disso, esta é uma oportunidade para combatermos o preconceito, mostrando que a festa é de todos”, explicou ele.

Jaqueline Fernanda, 25 anos, esteve na Festa do Fogo pela primeira vez. “Eu era evangélica. Hoje quero conhecer mais das religiões africanas. Acho bonito demais e acredito que todas as religiões têm que ter espaço e respeito”, declarou.

Já aposentada Vera Moura, 68 anos, umbandista, comparece todo ano a celebração: “Ainda existe muito preconceito com as religiões negras, é preciso combater. Essa festa é muito importante pra gente. Perco nada”.

Durante a cerimônia, foram entoados cânticos de louvor a Xangô. Além disso, os seus devotos comeram o gbègìrì, prato predileto do orixá, feito com quiabo, carne de peito bovina, rabada bovina, camarão, castanha, amendoim, cebola, cebolinha, pimenta, sal e muito azeite de dendê para o santo.