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Cultura | 28.07.14 - 14h30

Servidoras e servidores debatem políticas públicas voltadas para mulheres negras

Temas como racismo e participação ativa da mulher na sociedade foram discutidos

Diversos servidores e servidoras estiveram presentes no debate sobre o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, na última sexta-feira (25), no auditório Capiba, no 15° andar da Prefeitura do Recife. Na ocasião, foi exibido o documentário Cinderela, Lobos e um Príncipe Encantado, de Joel Zito Araújo, e foram discutidas políticas e experiências de vida das mulheres na sociedade. O evento, que homenageou a catadora de material reciclável e escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, foi uma iniciativa da Secretaria da Mulher do Recife e da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife.

Na mesa de abertura, estiveram presentes a secretária da mulher do Recife, Sílvia Cordeiro, e a representante de Direitos Humanos e secretária executiva de Assistência Social, Geruza Felizardo. Em sua fala, Gerusa ressaltou a importância da garantia de serviços de assistência para as mulheres negras. "Hoje, a gente está exercitando essa discussão e tentando fazer com que as políticas públicas possam acontecer. Estamos aqui reunidos com a Secretaria da Mulher, mas precisamos abranger essa discussão para todas as secretarias", disse. A secretária executiva também ressaltou a importância da intersetorialidade, ou seja, a capacidade de agregar diversos serviços e políticas públicas dentro de uma esfera governamental para melhorar a qualidade de vida das mulheres.

Já Sílvia Cordeiro voltou a sua fala para as servidoras presentes no evento. " A Prefeitura é o espaço público do aparato do Estado que está mais próximo da população. Nesse dia, estamos trazendo para dentro da instituição a discussão sobre a necessidade de afirmação das políticas públicas voltadas para as mulheres negras do Recife. E precisamos, mais do que nunca, ouvir a voz desse segmento", finalizou. Logo após, foi exibido o documentário Cinderela, Lobos e um Príncipe Encantado, que traz à tona a discussão temas como exploração sexual, racismo e tráfico de pessoas com um recorte de raça e gênero.

Para debater o filme, foram convidadas a representante da Secretaria de Esportes, Fernanda Lima, a representante da Secretaria de Saúde do Recife, Sony Santos, a mestre do grupo percussivo de mulheres Baque Mulher, Joana D´arc, e a gerente de Fortalecimento Sociopolítico e Econômico da Secretaria da Mulher, Nathália Diórgenes. Sony e Fernanda Lima relembraram a importância da participação ativa das mulheres negras na sociedade.

A gerente da SecMulher, Nathália Diórgenes, afirmou que é preciso desconstruir a ideia de que o racismo é algo individual, já que ele está impregnado na sociedade. Além disto, a gestora comentou sobre a necessidade de construir políticas afirmativas. " É importante a gente reconhecer as igualdades e propor sim políticas universalistas que elas são importantes, mas elas não vão reparar danos sociais, como os danos relacionados ao racismo. Por isso, é que precisamos ter as políticas afirmativas que são essencialmente reparadoras, que reconhecem a igualdade e fazem a redistribuição", afirmou. A mestra do batucada, Joana D´Arc, finalizou o evento explicando sua trajetória dentro do maracatu e do racismo ainda presente na sociedade.