Festival A Letra e a Voz encerra sua 15ª edição celebrando a literatura com várias gerações de recifenses
Terminou ontem a 15ª edição do Festival A Letra e a Voz. Para debater o tema Literatura e História – 200 anos de Revolução, foram realizadas palestras, recital de poesia, espetáculos de teatro e dança, além da Feira do Livro. A programação gratuita foi realizada pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife.
Ontem, a programação começou dedicada às crianças, com a contação de história da arte-educadora, Adélia Oliveira e do grupo Cia Palavras Andarilhas, que existe há 10 anos. O repertório, que foi da perna cabeluda ao papafigo, deixou várias gerações de público de olhos arregalados e ouvidos bem atentos. Todas as narrações e canções foram de autores pernambucanos.
Em seguida, foi a vez das dançarinas de Simone Monteiro Ballet realizarem uma belíssima apresentação, coreografando a trilha sonora de histórias infantis imortalizadas pelo cinema. Emoção, suspiros e aplausos tomaram conta do público que compareceu ao último dia do festival, montado no Cais da Alfândega.
A dentista Socorro Moraes, de 70 anos, adorou a programação. “Relembrar histórias que fizeram parte da minha infância e adolescência foi maravilhoso. Além de assistir um espetáculo de dança lindo, muito emocionante. Uma programação para todas as idades. Voltarei nos próximos anos”, disse.
Para o jornalista e gestor cultural, Gustavo Bezerra, 32 anos, o Festival Recifense de Literatura é um momento muito aguardado, por sua importância histórica e cultural. “A programação é feita para celebrar a literatura, histórias que contam muito sobre a nossa cidade, a expressão cultural do povo recifense, ou seja, dá voz e preserva a cultura. Espero que o Festival A Letra e a Voz permaneça vivo durante muitas gerações”, destacou Gustavo.
Com o filho João a tiracolo, o produtor Pedro de Souza, 46 anos, aproveitou o domingo para celebrar a cultura. “Eu adoro os eventos que acontecem no Recife Antigo, pois toda a família se diverte. Gostei muito da programação diversificada do festival”, disse.
Finalizando a programação do Festival, a peça O Suplício de Frei Caneca foi encenada na Basílica do Carmo, onde está enterrado o corpo do revolucionário. Com a igreja Santa Tereza D´Ávila lotada, 20 atores narraram a vida de Frei Caneca. O frei carmelita, ícone da Revolução Pernambucana de 1817 e da Confederação do Equador de 1824, ganhou justa homenagem na montagem do escritor Cláudio Aguiar.
Pela segunda vez, a professora de história, Ana Paula Câmara, de 48 anos, assistiu ao espetáculo. “É maravilhoso assistir a nossa história sendo contada por pernambucanos. As ações de Frei Caneca precisam ser mostradas ao povo, para que as pessoas vejam que sempre vale a pena lutar, no império ou na república”, concluiu.