Em atenção ao Dia Mundial de Luta Contra a Raiva, Saúde do Recife destaca ações de combate ao problema
Uma doença causada por vírus, que acomete o sistema nervoso central e leva a óbito após curto período de evolução. Assim é a raiva animal, uma das mais antigas enfermidades registradas pelo homem e que, devido à sua importância como problema de saúde pública, ganhou o 28 de setembro como dia específico para ter seu combate lembrado mundialmente. A Prefeitura do Recife aproveita a data, nesta sexta-feira (28), para destacar as ações de enfrentamento do problema na capital pernambucana.
A Secretaria Municipal de Saúde ressalta que há motivos para comemorar. “A luta contra a raiva animal é um marco no nosso serviço. Graças aos esforços empreendidos, há cerca de oito anos não há registros da doença em cães e gatos na capital pernambucana. Em relação aos homens, a Cidade está livre de ocorrências desde 1999. Para chegarmos a esse ponto, investimos em diversas ações permanentes e de impacto, como campanhas maciças de orientação para a população e de vacinação de bichos”, apontou Adeilza Ferraz, diretora de Vigilância à Saúde do Recife.
Segundo a gestora, as intervenções ocorrem ao longo de todo o ano e envolvem, principalmente, veterinários e oficiais de controle animal. Entre as iniciativas estão capacitações dos profissionais e a realização rondas noturnas para a captura de morcegos – um dos principais transmissores do vírus, que pode atingir a qualquer mamífero. Como esses animais têm o hábito de se lamber, eles recebem uma pasta antibactericida, evitando um possível alastramento da doença.
Outras atividades de sucesso são o estímulo à posse responável de bichos e a vacinação em larga escala de cães e gatos. Desde o ano passado, uma grande campanha anti-rábica é feita uma vez ao ano. Para assegurar o acesso do público, no dia de mobilização, a Secretaria de Saúde instala centenas de postos temporários no município. A estratégia faz com que, normalmente, seja superada a meta de cobrir 80% da população canina e felina, estimada em cerca de 232 mil bichos na cidade. Além disso, a imunização está disponível na rotina do serviço em locais como o Centro de Vigilância Ambiental (CVA), em Peixinhos.
Em caso de agressão, os moradores da capital ainda contam com assistência médica gratuita na rede, além de doses da vacina/soro anti-rábico. Para saber onde receber atendimento após agressão por animais basta entrar em contato com a Ouvidoria SUS Recife pelo número 0800.281.1520. O teleatendimento funciona de segunda a sexta, das 7h às 19h, sem intervalo para almoço.
Celebração – O Dia Mundial de Luta contra a Raiva, comemorado em 28 de setembro, é uma iniciativa da Aliança para o Controle da Raiva com apoio da Opas – Organização Pan-Americana de Saúde e da OMS – Organização Mundial de Saúde. No Brasil, a doença é endêmica, mas em grau diferenciado, de acordo com a região geopolítica. De 1980 a setembro de 2010, foram registrados 1.449 casos de raiva humana no País, sendo 53,9% no Nordeste. Nesse período, 79,4% das ocorrências foram causadas por cães e gatos.
Saiba mais sobre a raiva
O que é raiva?
É uma enfermidade infecciosa aguda, causada pelo vírus do gênero Lyssavirus (família Rabhdoviridae), que acomete mamíferos, inclusive o homem. Qualquer pessoa está suscetível a ela, independentemente de sexo, raça ou idade.
Como as pessoas contraem raiva?
A doença é transmitida ao homem por meio da mordedura, lambedura e/ou arranhadura de animais infectados. Uma possibilidade, ainda que rara, é do contágio por contato com material infectado por bicho raivoso, como saliva diretamente nos olhos, mucosas ou feridas.
Quais animais podem transmitir a enfermidade?
Qualquer mamífero pode adquirir e transmitir raiva. No Brasil, os mais comuns entre os domésticos e silvestres são gato, cão, cavalo, gado, morcego, macaco, raposa e guaxinim.
Quanto tempo a doença demora para se manifestar?
É variável, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no homem e de 10 a 60 dias no cão. Em crianças, a tendência é que seja menor em comparação a adultos.
Quais os sintomas?
Nos quatro dias iniciais, eles são inespecíficos, como mal estar generalizado, falta de apetite, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade e sensação de angústia. Pode ocorrer alteração de comportamento e formigamento e dormência no local da mordedura. Depois, surgem manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios e espasmos musculares involuntários, entre outros. Pode surgir aumento de salivação, paralisia, alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e prisão de ventre. Em seguida, evolui-se para um quadro comatoso e óbito – que costuma ocorrer entre cinco e sete dias após a instalação dos primeiros sintomas.
O que fazer após uma agressão animal?
A assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível após a ocorrência. Deve-se lavar o ferimento abundantemente com água e sabão e, se houver como, aplicar algum produto anti-séptico. O tratamento profilático deve ser prescrito pelo médico ou enfermeiro, que avaliará o caso e indicará a aplicação de vacina e/ou soro. A vacina não causa a doença, não tem contraindicações e normalmente não causa reações adversas. No caso de cães e gatos, o ideal é que o animal fique em observação por um período de dez dias.
Como reconhecer um cão suspeito de raiva?
O animal suspeito pode apresentar comportamento alterado, latindo ou rosnando; mostrando os dentes, com os pelos da nuca e dorso eriçados; salivando abundantemente; com dificuldade para engolir; apresentando mudanças nos hábitos alimentares; e com paralisia das patas traseiras.
E um morcego raivoso?
Só é possível confirmar a doença por meio de exame laboratorial. O bicho torna-se suspeito quando apresenta comportamento alterado (encontrado durante o dia, incapaz de voar ou encontrado em lugar não-usual). É importante não tocar no animal.
Fonte: Ministério da Saúde