NOTÍCIAS

Direitos Humanos | 28.09.15 - 17h14

Afroempreendedorismo é tema de encontro na PCR

Reunião ocorreu na manhã desta segunda-feira (28), no gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e reuniu, além de representantes do poder público, afroempreendedores e o instituto Adolpho Bauer (IAB), órgão idealizador da iniciativa Brasil Afroempreendedor

O encontro desta segunda (28) foi o segundo momento de discussões acerca do projeto “Brasil Afroempreendedor” no Recife. Inicialmente, em julho passado, a Gerência de Igualdade Racial (GERIR), da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos da Prefeitura, promoveu o Festival Mocambo, evento pioneiro no cadastro dos Afroempreendedores. Na ocasião, além de cursos, ações de formação e capacitação, as pessoas puderam preencher o formulário a fim de fornecer dados que auxiliassem o fomento de uma rede para atualização e troca de informações.

Começava de fato uma grande parceria em prol do fortalecimento do afroempreendedorismo no Recife e a conseqüente promoção da igualdade racial. Neste segundo momento, o órgão idealizador da iniciativa, o Instituto Adolpho Bauer (IAB), em parceria com o Sebrae Nacional, sentou com os afroempreendedores cadastrados e demais interessados no empoderamento da temática num encontro mais intimista, cujo diálogo rendeu desde a retirada de dúvidas, à sugestões e ouvidas de casos.

Vários afroempreendedores de diferentes localidades do Recife estiveram presentes à reunião. Dúvidas e posicionamentos distintos em torno de um mesmo fim foram colocados à mesa após a apresentação do projeto, seus desafios e perspectivas. Palavras chave como oportunidade, crescimento, desenvolvimento, formalização deram o tom do debate.

Como a situação do cabeleleiro que possui um salão especializado em cabelo crespo na Bomba do Hemetério, Félix Oliveira. Segundo ele, a necessidade maior de apoio não se restringe a abertura e formalização da empresa, mas sim no dia a dia do empreendimento. “Além da falta de divulgação adequada na comunidade dos cursos e demais iniciativas, sinto falta de um acompanhamento que me auxilie em questões práticas do cotidiano de um negócio, como lançamentos de novas ideias, criação do plano de negócios e expansão, por exemplo”, pontuou.

Em resposta ao caso do cabeleleiro, o consultor do Instituto Adolpho Bauer que conduziu a apresentação do projeto “Brasil Afroempreendedor” na reunião, Adílton de Paula, falou que o objetivo da iniciativa é crescer e ampliar seu alcance ao longo dos anos em todo território nacional, entretanto, nesse momento, a ideia é fortalecer a rede e fazer com que os afroempreendedores cadastrados possuidores de CNPJ tenham oportunidades de crescimento e desenvolvimento nos negócios, tornem-se empresários formalizados.

“Estamos com uma limitação de até 150 cadastros para este momento em Recife e Olinda. Sabemos que existe uma população de afroempreendedores de 600 mil pessoas no Estado. Até o final deste ano 2 mil profissionais estarão cadastrados na rede, em 2016 esperamos 200 mil. Ou seja, a perspectiva é termos alcance para apoiarmos e acompanharmos os afroempreendedores Brasil afora, porque, para nós, regularizar e melhorar a vida desses empreendedores e seus negócios, significa contribuir com a melhoria de toda a sociedade”, afirmou.

O projeto, em parceria com o Sebrae Nacional, segue até fevereiro de 2016 mas a Rede Brasil Empreendedor continua, sendo fortalecida e ampliada. Para o Secretário Executivo de Direitos Humanos, Paulo Moraes, a iniciativa chega em momento oportuno devido aos avanços no trabalho da GERIR no município. “Iremos atuar como um grande articulador nesse processo. Seremos o elo entre o projeto, a PCR e os grupos interessados. Temos a sala do empreendedor na Prefeitura que pode fornecer e já realiza todo o apoio necessário à iniciativa".

As inscrições dos afroempreendedores podem ser feitas até o dia 10 de outubro pelo site www.institutoiab.org.br. Vale lembrar que o projeto Brasil Afroempreendedor é voltado às pessoas que possuem ou pretendem abrir um empreendimento, e buscam orientação e formação para trabalhar, em especial, a questão étnico cultural nos negócios. Além da SDSDH, também estava presente a Secretaria de Desenvolvimento e Empreendedorismo da PCR.