Banda Sinfônica celebra movimento mangue no Teatro de Santa Isabel
Sétimo concerto da banda em 2017 teve como ponto alto a música Praieira, de Chico Science, que ganhou até bis, na noite de ontem (27).
Ainda nem eram 18h e a fila já se formava na frente do Teatro de Santa Isabel, anunciando que estaria, como de costume, lotada a plateia do concerto oficial da Banda Sinfônica do Recife, o sétimo da temporada. Às 20h, o maestro Nenéu Liberalquino e seus músicos fizeram valer a pena a espera, conduzindo o público por uma bem costurada sucessão de hits eruditos e populares, de clássicos que brotaram do mangue recifense a trilhas imortalizadas pelo cinema.
O repertório começou erudito, com a apresentação das músicas A Jubilant Overture, do compositor americano neoclássico Alfred Reed, e Trauersinfonie, do maestro, compositor, diretor de teatro e ensaísta alemão Richard Wagner, com revisão de Erik Leidzén.
Depois desaguou no mangue recifense, lembrando um dos principais cartões-postais musicais que a cidade já produziu. A música Praieira, do cantor e compositor recifense Chico Science, foi executada com arranjo de Clóvis Pereira, com direito a bis no final da apresentação.
“Foi a música que eu gostei mais”, disse Lucas, que apesar de ter somente 6 anos, já é habituée dos concertos da Banda. “A gente sempre vem. Precisamos dar valor à nossa cultura”, disse a mãe do pequeno mangueboy, Cláudia Cristina.
O concerto seguiu com outro grande sucesso que embala multidões há décadas. Com arranjo de Larry Norred, a canção Imagine do guitarrista, cantor, compositor, escritor e ativista britânico John Lennon foi apresentada junto com um recado do maestro Nenéu Liberalquino: “Nos dias de hoje, com tanta intolerância, um recado de paz é fundamental”, disse.
Depois da calmaria, veio o medley do filme Rocky, com as músicas Gonna Fly Now, de B.Conti-A.Robbins-C.Connors,Fight from the Heart, de S.Flaherty-L. Ahrens, e Eye of Tiger, de F.Sullivan III-J.Peterik, num arranjo de Patrick Roszell. E, na sequência, o tema da série de TV Missão Impossível, do cantor e pianista argentino, Lalo Schifrin, com arranjo de Jay Bocook.
O sétimo concerto do ano encerrou com outro medley, arranjo de Jay Bocook para a cantata Carmina Burana, do compositor alemão Carl Orff.
“O que eu acho mais interessante das apresentações da Banda é a variedade do repertório. Todo mundo se diverte”, disse Mônica Muniz, 38, professora de música do conservatório, que vai sempre que pode aos concertos e leva a pequena Laura, 5 anos, a tiracolo. “Ela fica muito atenta. Nem pisca.”
Para a aposentada Rosane Mendes, 50 anos, ontem foi noite de estreia. “Só conhecia a fachada do teatro. Não sei se gostei mais do Santa Isabel ou do concerto. Foi uma noite de muita emoção”, disse, confirmando a expectativa da filha Rosângela, 32 anos, que promoveu o encontro da mãe com a cultura na noite de ontem. “Essa programação é muito fantástica. O preço é melhor ainda”, brincou, celebrando a gratuidade dos concertos.
A próxima apresentação da Banda Sinfônica do Recife no Teatro de Santa Isabel será no próximo dia 25 de outubro.