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Educação | 28.10.15 - 16h39

Feira de Conhecimentos estimula pesquisa científica nas escolas municipais do Recife

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Primeira fase do evento já está em andamento nas escolas, com o objetivo de selecionar os trabalhos classificados para a Etapa Municipal, em dezembro. (Foto: Antonio Tenório/ PCR)

Para estimular a prática da pesquisa científica entre os professores e estudantes, a Prefeitura do Recife deu início à Feira de Conhecimentos da Rede Municipal de Ensino. A primeira fase do evento já está em andamento e segue no mês de novembro, nas escolas de Anos Finais do Ensino Fundamental, com o objetivo de selecionar os dois melhores trabalhos de cada unidade para a etapa final, que acontece em dezembro. Os projetos serão escolhidos por uma comissão avaliadora composta por cinco professores.

Apenas trabalhos realizados por estudantes do 6º ao 9º anos poderão participar da etapa final. Entre os objetivos da Feira de Conhecimentos está promover o desenvolvimento das habilidades de comunicação, investigação e interpretação de dados científicos; despertar nos estudantes o interesse pela pesquisa científica e promover a integração de alunos, professores e comunidade escolar. Os dez trabalhos mais bem avaliados da etapa final receberão menção honrosa.

Na Escola Municipal Sociólogo Gilberto Freyre, no bairro de Dois Irmãos, os estudantes se debruçaram sobre a vida e obra do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, que é tema do ano letivo 2015. A turma do 7º Ano A, por exemplo, fez um recital com poesias do autor do "Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta". A aluna Janaína Freitas, 14 anos, foi além e se fantasiou de Ariano. "Aprendi que a obra dele foi inspirada no Nordeste e que ele gostava muito de escrever livros", disse.

Até os "pequenos" entraram no clima: os alunos do 1º ano se vestiram como personagens do "Auto da Compadecida", incluindo João Grilo, Chicó, o padeiro e sua mulher, o cangaceiro e os religiosos. "Ariano era um escritor muito famoso, que fez a história do Auto ", disse Adrian Cauã de Aguiar, 7 anos, que interpretou o padre João.

Xilogravura - O 9º Ano também abordou o universo da mais famosa obra de Suassuna. Os alunos analisaram a estrutura narrativa do Auto da Compadecida e os personagens, como João Grilo, que segundo eles  "usa sua infinita astúcia para sobreviver" - e Chicó, "mentiroso ingênuo, um criador de casos". A estudante Maria Isabela Silva Souza explica que a sala foi ambientada com imagens ligadas à história. "Pegamos cenas do filme e usamos a técnica da xilogravura para fazer várias ilustrações. Fizemos os desenhos em folhas de papel e decalcamos em isopor", explica. A professora de Artes da turma, Walderlane Cardoso Justino, acrescenta que foi feito um estudo dos personagens e suas relações com a atualidade.

Por sua vez, o 6º Ano B teve uma ideia diferente: armou uma "bodega", como se estivessem na Taperoá dos anos 1930, onde Ariano morou. "A bodega é um tipo de loja onde eles faziam trocas, pois não tinham dinheiro. Quem tinha muito feijão trocava por arroz, por exemplo", explicou a estudante Heloísa da Silva, 11 anos.