Prefeitura do Recife finaliza obras do Paço do Frevo
Imóvel do início do século XX, tombado pelo Iphan, foi totalmente recuperado para abrigar centro de referência cultural, arquitetônica e histórica para todo o País
Imóvel do início do século XX foi recuperado para abrigar centro de referência para todo o País. Foto: Luciano Ferreira[/caption]
O frevo, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, está prestes a ganhar um espaço direcionado à difusão, pesquisa, lazer, formação e apoio profissional na área da dança e música. A Prefeitura do Recife encerra o ano com a restauração e reforma do Paço do Frevo. O edifício localizado na Praça do Arsenal foi totalmente recuperado e adaptado para abrigar centro de documentação, museu com espaços para exposição permanente e temporária, cursos profissionalizantes de música e dança, estúdio de gravação de áudio, rádio online, palco para apresentações artísticas e cafeteria.
“Encaminhamos toda a parte do projeto que é de responsabilidade da nossa gestão, como o acervo, a escola de dança e de música. O trabalho para que o Frevo se tornasse patrimônio foi iniciado pela Prefeitura do Recife e o reconhecimento da Unesco foi importante turisticamente para fortalecer o Recife como a Terra do Frevo. Estou muito contente, pois essa é uma obra emblemática para a cultura da cidade, por tudo que foi feito pela restauração do frevo nos últimos 12 anos. Concluir esse monumento é muito importante", comemora o prefeito João da Costa.
O imóvel, de estilo eclético, com composição clássica inspirada no renascimento, foi construído no início do Século XX (provavelmente em 1906). É tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan) desde 1998. Até 1973, o edifício sediava a Western Telegraph Company. Com orçamento de R$ 11,7 milhões, e ainda R$ 2,8 milhões investidos diretamente pela Prefeitura em ações como a desapropriação do prédio e a compra de acervo, mobiliário e equipamentos, o Paço do Frevo teve suas obras iniciadas em 2010.
O espaço está totalmente climatizado, com iluminação, rede de equipamentos de segurança e lógica instalados. A recepção, salas (professores, dança, música, administração, diretoria, oficina, camarim, rádio online), estúdio de gravação e centro de documentação já dispõem de computadores e mobiliário. O centro de documentação conta com acervo inicial com 500 títulos sobre o frevo e o Carnaval de Pernambuco, entre livros, revistas, catálogos e audiovisual; 4.000 imagens digitalizadas; e 200 partituras.
A Prefeitura do Recife já realizou a seleção para recepcionistas e a contratação e treinamento de 20 monitores, que contam com fardamento e estão prontos para o atendimento ao público. Também já existem contratos firmados para segurança, limpeza e manutenção predial e do elevador.
Para a inauguração e pleno funcionamento do Paço do Frevo faltam apenas a finalização da montagem da exposição permanente, a compra de equipamentos para o estúdio de gravação e a licitação para instalação da cafeteria. A edificação tem área total de 1.733,00 m² e está dividida em quatro pavimentos.
O Paço do Frevo é uma iniciativa da Prefeitura do Recife, com criação e realização da Fundação Roberto Marinho, patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), Grupo Camargo Corrêa, Instituto Votorantim, Itaú, Rede Globo, e apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Ministério da Cultura através da Lei de Incentivo à Cultura.
Atividades – O funcionamento do Paço do Frevo foi planejado por grupo de trabalho formado por diversas profissionais da Prefeitura do Recife, vinculados à Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife. Em encontros periódicos, o grupo elaborou um plano de atividades para atender aos objetivos de promover a valorização, preservação e difusão da memória do frevo; fomentar o turismo; propiciar a informação através da música e da dança, enquanto referência cultural; e promover a capacitação profissional nas áreas de abrangência do frevo.
Expografia – O Paço já conta com a sua primeira exposição temporária montada. Intitulada: São José – Territórios do Frevo, a mostra foi idealizada por Carmem Lélis e Cátia Avelar. A curadoria foi realiza por Carmem Lélis e Hugo Menezes. A exposição presta homenagem ao bairro de São José como nascedouro do Frevo, reunindo mapa, depoimentos, fotografias e vídeos.
A exposição permanente do Paço do Frevo tem criação e execução sob a responsabilidade da Fundação Roberto Marinho, com direção artística de Bia Lessa. Os vários conteúdos que formam a história do frevo enquanto dança e música serão expostos no primeiro e quarto piso na exposição permanente, que está sendo montada com uma linha do tempo sobre o frevo, textos, vídeos, fotografias e estandartes de agremiações.