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Educação | 28.12.16 - 14h26

Prefeitura do Recife lança nove livros escritos por estudantes da rede municipal

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Os textos coletivos e individuais produzidos pelas turmas do 1º ao 5º ano e do Programa de Correção de Fluxo Se Liga e Acelera foram fruto do Projeto Nas Ondas da Leitura (Foto: Luciano Ferreira/PCR)

 

A Prefeitura do Recife lançou nove livros escritos por estudantes da rede municipal de ensino ao longo deste ano letivo de 2016. A cerimônia de lançamento, realizada nessa terça-feira (27), contou com a presença de professores, coordenadores e gestores das diversas unidades de ensino na Escola de Formação de Educadores Paulo Freire, na Madalena. Já o lançamento das publicações com os alunos acontecerá em 2017. Foram sete livros de sete escolas de Anos Iniciais do Ensino Fundamental, uma coletânea de diversas outras unidades de ensino de Anos Iniciais e uma coletânea com histórias das turmas do Programa de Correção de Fluxo Se Liga e Acelera.       

Os textos coletivos e individuais produzidos pelas turmas do 1º ao 5º ano e do Programa de Correção de Fluxo Se Liga e Acelera foram fruto do Projeto Nas Ondas da Leitura, que faz parte do Programa de Letramento do Recife (ProLer). O Ondas tem o objetivo de estimular os alunos a serem autores de textos literários. Eles leem livros paradidáticos da editora Imeph e, depois, têm a oportunidade de contar e recontar as histórias, para que comecem a trilhar os caminhos da autoria. No fim do ano letivo, os melhores textos são publicados. No total, a Secretaria de Educação do Recife havia lançado dez publicações produzidas pelos estudantes e, agora, o Ondas da Leitura atinge a marca de 19 livros; todos publicados pela editora Imeph.

O projeto, que antes se restringia aos estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, foi ampliado neste segundo semestre de 2016, passando a contemplar também as crianças dos grupos 4 e 5 da Educação Infantil (Projeto Mundoteca). Enquanto os alunos dos Anos Iniciais tiveram seus livros lançados no evento batizado de Circuito Literário, os estudantes da Educação Infantil tiveram suas produções expostas numa exposição de desenhos, pinturas, fotos, bonecos de massa de modelar, banners, cartazes e dobraduras produzidos a partir dos livros lidos no Projeto Mundoteca. A exposição, que continua na Escola Paulo Freire até esta quarta (28), foi chamada de “Ciranda Literária: O protagonismo da criança na Educação Infantil”.

A gerente-geral de Educação Infantil e Anos Iniciais, Liliane Gonçalves, destacou que as publicações são fruto do trabalho dos alunos com a importante ajuda dos professores, coordenadores e gestores. "Agradeço a todos que estão na ponta com os estudantes. Parabéns por todo esse trabalho coletivo. Destacamos nossos alunos que agora são escritores da rede municipal de ensino do Recife. Os nove livros evidenciam que nossos estudantes têm potencial para serem autores, que temos produções de boa qualidade em sala de aula", disse a professora Liliane Gonçalves.

A representante da Chefia da Divisão de Educação Infantil, Emanuela Araújo, avaliou que, para se ter turmas de Anos Iniciais bem estruturadas, nada melhor do que começar bem o trabalho na Educação Infantil. "A ludicidade é a base da Educação Infantil, e a literatura nos ajuda a estimular a curiosidade através do contato com a fantasia, estimulando uma vivência literária nas crianças desde muito cedo", disse a técnica pedagógica Emanuela Araújo.

Já a coordenadora pedagógica do Imeph, Michele Almeida, destacou a evolução do projeto ao longo dos anos. "No primeiro ano, os alunos produziram três livros, em 2015 foram sete e, este ano, foram nove publicações. Foi um prazer fortalecer esse projeto com a Prefeitura do Recife por mais este ano. É muito bom ver que a Secretaria Municipal de Educação, vocês gestores, coordenadores e professores estão tendo esse olhar sobre importância da literatura para a vida desses estudantes".

A professora Lindinalva Barbosa, da Escola Municipal de Tempo Integral (EMTI) Divino Espírito Santo, na Caxangá,  contou da transformação que a literatura causou na vida dos estudantes do 4º ano A. Ela lembrou que a turma era muito difícil, com muitos alunos com distorção idade-série, autoestima baixa e problemas de relacionamento.

"Eles sabiam ler, mas tinham dificuldade em escrever, por isso trabalhei muitas questões ligadas à cidadania e ao respeito ao próximo. Tentei estimular a produção escrita os convidando para produzir um livro. Trabalhamos os gêneros textuais e mostrei os livros feitos pelos alunos de outras escolas da rede municipal do Recife. Lemos o livro 'A árvore que falava' e eles amaram. Fizemos um trabalho de campo no mangue perto da escola, eles melhoraram a autoestima, o comportamento, a convivência e a qualidade da produção textual. Nesses 21 anos que trabalho na rede municipal do Recife, esta turma foi o maior desafio que já peguei", revela a docente, que destaca a ajuda que teve dos gestores da escola, da coordenação e dos professores de outras disciplinas para a produção do livro "O mangue pede socorro".