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| 29.07.12 - 08h07

Encontro de grafiteiros leva novas cores para Parque Dona Lindu

Ação coletiva reuniu grafiteiros de renome da cidade, que apresentaram os seus estilos e cores no Dona Lindu.Foto: Clélio Tomaz

A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Cidadã, realizou ação coletiva em torno da arte do grafite neste sábado (28).  Com o título Graffiti no Lindu: Viva os Direitos Humanos, a ação reuniu artistas grafiteiros  como Jota Zeroff, Johny C, Bozó, Azul, Augusto Barros Filho, Skaz, Juber, Sange, Hare, Alex Freire,Léo Gospel, Arbos, Dentão e a  participação especial do artista Raul Córdula, que atualmente está em exposição na galeria Janete Costa, também situada no Parque Dona Lindu, com uma antologia de trabalhos dos seus 50 anos de trajetória nas artes visuais.

O grafite é uma forma de arte contemporânea de características essencialmente urbanas. São pinturas e desenhos feitos nos muros e paredes públicos. Não é simplesmente uma pichação, mas uma expressão artística. Tem a intenção de interferir na paisagem da cidade, transmitindo diferentes ideias.  “Quando selecionamos esses artistas procuramos a diversidade de estilo. Para nós e para eles é importante que exista essa troca de experiências. Uns apresentam mais traços regionalistas, outros são mais abstratos e alguns figurativos”, afirmou Angélica Santana, arte educadora do projeto.

O trio de artistas plásticos da cidade de Bonito (PE) composto por Alex Freitas, Marcelo Júlio e Héron Martins, teve participação destacada no evento. “Para mim a arte é algo livre e intuitivo. A concepção de quem enxerga a arte é diferente da de quem a faz. Nós que somos do interior tentamos levar para o público através das nossas grafites uma mistura de surrealismo, cabismo e a diferença dos "urbanóides" com o interior”, explicou Marcelo Júlio.

Os artistas de rua não param de inovar. Para Hare, mais conhecido como Dentão, o grafite serve para mostrar a cultura de Pernambuco. “Não trago nada preparado, mas toda vez que vejo uma tela, minha vontade é expor para as pessoas a cultura do meu estado. Minha preferência vai para os ícones pernambucanos como Luiz Gonzaga”, exemplificou. “Para mim está sendo muito gratificante fazer parte de tudo isso, tanto para eu mostrar meu trabalho como para acompanhar de perto os meus colegas, podendo compartilhar os diferentes pontos de vista. Sempre vi as inúmeras artes dos diferentes artistas, mas poder ver o mecanismo que eles utilizam é muito enriquecedor”, complementou Hare com bastante empolgação.

Os materiais utilizados pelos grafiteiros vão desde tradicionais latas de spray até o látex.  Os usuários do Parque também entraram na arte. “Eu achei o máximo poder aprender um pouco disso tudo, achei até engraçado como eu levo um pouco de jeito. Já li um pouco sobre grafitagem mas na prática é sem comparação. É cultura viva”, lembrou a estudante de artes cênicas Larissa Costa.

O encontro de grafitagem  também está integrou o projeto Inserção Multicultural – Formação na linguagem das Artes Grafitar Recife, realizado pela Secretaria de Direitos Humanos. O projeto proporcionou oficinas introdutórias de grafitagem aos jovens em situação de vulnerabilidade do bairro de Santo Amaro, dentro do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça.