Cantoria, samba e forró no encerramento da Semana Hermilo 2013
Depois de sete dias com muitos espetáculos dramáticos das expressões populares pernambucanas, o Teatro Hermilo Borba Filho, no Bairro do Recife, recebeu na noite do domingo (28) duas importantes figuras da música local: Adiel Luna e Mestre Grimário. Ambos da zona da mata Norte, porém conduzindo ritmos diferentes.
A secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, que esteve presente em todas as atividades da Semana Hermilo, fez um balanço do evento. “É tão rico o universo de Hermilo que em uma semana não se esgota. A forma de cada é ano é filtrada sob os olhos de quem a realiza. Este ano Carlos Carvalho botou muito amor e muita dedicação e trouxe muitos espetáculos dramáticos. Mas já fizemos em outros anos leituras, espetáculos, ensaios, conferências... Mas é um momento que permite todo um reencontro com o pensamento hermiliano, com o teatro brasileiro, nordestino, e também de renovação do nosso talento, da nossa dramaturgia”, falou.
Na avaliação do gerente do Centro de Formação de Artes Cênicas Apolo Hermilo, Carlos Carvalho, o seminário foi o primeiro passo para retomar a missão de formação e pesquisa do espaço. “Depois desses 7 dias dá para fazer algumas reflexões e a primeira palavra que me vem à cabeça é pertença... Se você não está convivendo com a cidade, você não tem pertencimento. Quem estava no Teatro, estava pertencido por quem se apresentou ou debateu e isso era recíproco. Então, o Centro tem que se fazer presente no dia a dia da cidade, oferecendo aulas, oficinas, espetáculos, debates... Estamos com planejamento para dar continuidade a esta missão”, disse.
A apresentação do músico Adiel Luna, estudioso da palavra cantada e da viola, oriundo da mata norte de Pernambuco, cantou adversidades e alegrias da vida do interior, contou anedotas e convidou as pessoas para dançar um coco no espaço cênico. Durante seu show, que passou da cantoria, para o samba de matuto, e por fim para o forró, Adiel declamou versos em homenagem ao sanfoneiro Dominguinhos, falecido na última semana.
A finalização da noite ficou por conta de Mestre Grimário, mestre do cavalo marinho e folgazão do maracatu de baque solto. Nascido e criado em Chã do Esconso, na cidade de Aliança, Grimário puxou um forró animado, que divertiu o público e instigou algumas pessoas a arriscarem um arrasta-pé, usando o espaço cênico do teatro como salão de dança.