Secretaria de Educação encerra a XI Semana Municipal da Pessoa com Deficiência
No evento, realizado no Centro Paulo Freire, os participantes socializaram suas experiências exitosas com os presentes
Por Marcos da Silva
A Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seel), por meio da Gerência de Educação Especial (GEE), encerrou no final da tarde desta terça-feira (28), no miniauditório do Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire, na Madalena, as comemorações da XI Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, que este ano teve como tema a “Acessibilidade: Direito de Todos”.
“A Semana Municipal da Pessoa com Deficiência começou no último dia 21 em vários espaços pedagógicos da Cidade como o Centro de Apoio Pedagógico (CAP), na Ilha do Leite; as escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife e o Centro Paulo Freire, que contemplaram vários segmentos: alunos, professores, técnicos do CAP e familiares. No encerramento estamos socializando experiências de sucesso”, destacou a gerente da Educação Especial da Seel, Suzana Brainer.
Um dos convidados a falar de sua trajetória de êxito foi Vínicius Passos, de 20 anos. Filho de pais cegos, o rapaz teve glaucoma e há sete anos ficou totalmente cego após uma infecção nos olhos. A cegueira não impediu Vinícius de estudar e trabalhar. Hoje, ele está no segundo período de jornalismo na Faculdade Joaquim Nabuco e trabalha no call center da TV Jornal do Commercio, onde anota as reivindicações dos telespectadores que servem como indicações de pautas para os noticiários da emissora. “Fui chamado pela Apae para fazer um estágio, mas como eu tinha 17 anos, fui indicado para fazer um curso de auxiliar de secretaria. Quando concluí a especialização fui contratado para a função de atendente no Sistema Jornal do Commercio de Comunicação”, diz ele.
Brivan Marques, de 28 anos, é ex-aluno da Escola Municipal Reitor João Alfredo, na Ilha do Leite. Atualmente, ele é aluno do Ensino Médio. A deficiência física não foi obstáculo para que fizesse parte do Círculo de Esportes do Geraldão, onde exerce a função de treinador de futsal há dez anos. “Atendemos crianças e adolescentes entre 5 e 10 anos de idade. Em 2011, fomos campeões da Copa Dom Bosco, na categoria pré-mirim; vice-campeões da categoria sub-17 e obtivemos o 3º lugar, na categoria mirim. Em 2012, ficamos em 3º lugar nas categorias mirim e pré-mirim”, enumera o educador que se prepara para cursar o vestibular de Educação Física.
Outro, que apesar de ter concluído o Ensino Fundamental, continua participando do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades e Superdotação (NAAH/S) da Seel como monitor de informática e linguagem é Bruno Cezário, de 19 anos. Dono de altas habilidades na área linguística, Cezário estuda eletrônica no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), concluiu o curso de informática no Serviço Social da Indústria (Sesi), é estagiário de informática na Procuradoria Geral do Estado (PGE) e se prepara para o vestibular de Engenharia Eletrônica. “As pessoas me discriminavam porque eu não tinha os mesmos hábitos que elas; alguns professores achavam que não tinha sido eu quem escrevia meus trabalhos e redações; outros me tratavam de maneira especial, situação que acabava afastando meus colegas que me achavam estranho ou metido”, descreve Bruno, ao falar dos preconceitos e constrangimentos que sofreu.
Livros e Artes – Autor de “O Jabuti”, livro de sua autoria, editado em braille e lançado na Feira Literária de Porto de Galinhas (Fliporto), em 2010, José Carlos dos Santos Júnior, 14 anos, aluno do 8º ano, é cego e estuda na Escola Municipal Nilo Pereira, em Casa Amarela. Durante a VIII Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, no ano passado, José Carlos participou do lançamento do livro “A borboleta de asa curta e apaixonada”, produção coletiva da qual foi responsável pelo texto em braille.
Em um estande na entrada do miniauditório, os estudantes William Portela, de 11 anos, aluno do 4º ano, e David Ferreira, de 38, que frequenta a Educação de Jovens e Adultos (EJA), ambos da Escola Municipal Maria da Paz, do Totó, desenharam e expuseram seus trabalhos, muitos deles baseados nos personagens dos desenhos animados Popeye, Carros, Tom e Jerry, Tarzan e Cavaleiros do Zodíaco.
As altas habilidades musicais de Bruno Henrique Bezerra, 11 anos, aluno do 5º ano, na Escola Cônego Rochael de Medeiros, na Boa Vista, foram uma atração a parte no evento festivo. O garoto - que descobriu o violino há um ano e meio, tocou um pequeno repertório que variou entre o clássico e o popular - não esqueceu de “Asa Branca”, um dos inesquecíveis sucessos do cantor e compositor Luiz Gonzaga – homenageado do ano letivo 2012 da Rede Municipal de Ensino do Recife – com o tema Luiz Gonzaga, do Mangue ao Sertão, homenagem aos 100 anos do Rei do Baião.