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Educação | 29.10.15 - 18h57

Trabalhos das escolas municipais do Recife se destacam na 21ª Ciência Jovem

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Onze projetos da rede municipal de ensino foram selecionados para participar da feira, que acontece até esta sexta (30), no Classic Hall. (Foto: Antonio Tenório/ PCR)



Maracatu rural, robótica, Ariano Suassuna, fauna e flora do Sertão, cuidado com os animais, microscópios caseiros. Esses são apenas alguns dos temas abordados nos estandes das escolas municipais do Recife na 21ª Ciência Jovem, uma das maiores feiras de incentivo à pesquisa do País, que acontece até esta sexta-feira (30), no Classic Hall. Onze projetos da rede municipal de ensino do Recife foram selecionados para participar do evento, nas categorias Divulgação Científica, Iniciação à Pesquisa e Educação Científica.

Quem visitou o estande da Escola Municipal Poeta Jônatas Braga, por exemplo, pôde assistir a demonstrações práticas de como construir e operar microscópios caseiros. "Basta prender uma seringa entre dois copos, deixando uma gota d'água fora do bico, sem pingar. Depois, pega uma caneta laser de cor verde, direcionando a luz para a gota. A luz se expande na parede e podemos ver as bactérias que estão na água", explicam os alunos Cauã Sousa e Patrick Santana, do 8º ano. Outra opção fácil de fazer em casa é pingar uma gota na lente da câmera do celular. Ao se colocar a lente molhada logo acima de um objeto, a tela vai mostrar a imagem ampliada.

Na Escola Municipal Engenho do Meio, a escolha do tema "Maracatu Rural na ótica da luz" pelos alunos do 4º ano ajudou a combater o preconceito que havia entre os estudantes contra a manifestação cultural de origem africana. "Na época do Carnaval, a professora falou sobre o maracatu rural na sala e algumas crianças disseram que era coisa do diabo. A partir daí, fizemos pesquisas e tarefas sobre o assunto", explica Raiza Monique, de 10 anos. Ela gostou tanto que chegou a se vestir de caboclo de lança, junto com o colega Nicácio Rodrigues, para se apresentar no Dançando na Rua, evento da Prefeitura no Bairro do Recife.

Já o 7º Ano C da Escola Municipal de Tempo Integral (EMTI) Pedro Augusto escolheu estudar a fauna e a flora do Sertão a partir do "Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta", obra literária de Ariano Suassuna. "Pesquisamos várias plantas e animais do Sertão, como a cobra cascavel, cabras, ovelhas, xique-xique, carnaúbas e juazeiro. No livro, ele fala dessas coisas todas", explica a aluna Maria Júlia Belian. Além da fauna e flora sertanejas, o grupo estudou também a vida e a obra de Ariano.

ROBÓTICA - Inspirados no escritor francês Júlio Verne, os estudantes do 5º Ano B da Escola Municipal Ana Maurícia Wanderley montaram um estande dedicado à ciência. Eles aproveitaram os ensinamentos de robótica que recebem nas aulas do Programa Robótica na Escola, com as peças de encaixe da Lego, para construir guinchos, carros e animais controlados eletronicamente. "Montamos um vulcão, usando uma mistura de bicarbonato de sódio, corante e vinagre para simular a lava. E fizemos uma 'barata móvel', com uma escova e um motorzinho", explica a aluna Débora Lima.

Já na Escola Municipal Antônio Heráclio do Rêgo, o tema escolhido foi o cuidado com os animais: "Cãolega: os cães e o desenvolvimento do aprendizado do estudante no espaço escolar". Na unidade de ensino, os alunos adotaram dois cães comunitários, Júlia e Júlio, que foram castrados, vacinados, vermifugados e recebem acompanhamento de veterinários, em parceria com a Secretaria-Executiva de Direitos dos Animais. A partir da adoção, os professores passaram a trabalhar em sala de aula temáticas relativas aos animais, e até a convivência entre os alunos melhorou. "Júlia e Júlio são cuidados por toda a comunidade escolar. Eles até dormem lá", informa a aluna Franciny Oliveira, do 8º ano