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| 30.07.12 - 15h05

Saúde do Recife começa a busca ativa de portadores de hanseníase e tuberculose em Nova Descoberta

Agente da Secretaria de Saúde orienta moradora. Crédito: Irandi Souza

Atividades acontecerão até o final da semana

Por Tádzio Estevam

A Secretaria de Saúde do Recife deu início na manhã desta segunda-feira (30) ao trabalho de busca ativa de possíveis portadores de hanseníase e tuberculose na comunidade Córrego da Josélia, em Nova Descoberta, zona Noroeste do Município. A ação teve início no começo da manhã e segue até o final da tarde. As atividades acontecerão até o final da semana e consistem em identificar, sensibilizar e encaminhar as possíveis pessoas acometidas pelas moléstias ao serviço oferecido gratuitamente na rede municipal. Participaram da busca Agentes Comunitários de Saúde, Agentes de Saúde Ambiental e Controle de Endemias (Asaces) e técnicos das duas coordenações.

O trabalho da equipe foi bater de porta em porta para orientar a população. “Essa é uma área na qual residem quase cinco mil pessoas e que precisa de um trabalho mais intenso, uma vez o local foi considerado endêmico tanto para a tuberculose quanto para a hanseníase”, disse a coordenadora municipal do programa de tuberculose da secretaria, Júlia Vilela. Assim como Júlia, os agentes visitaram as casas munidos de potes coletores para aqueles suspeitos depositarem o primeiro escarro do dia seguinte, material que ajuda a detectar a doença. Foi o que fez o aposentado Waldomiro Teodósio, um dos muitos moradores da comunidade que também recebeu a visita dos técnicos. “É muito importante nos protegermos dessa doença. Aqui sabemos de algumas pessoas que têm tuberculose, mas não se tratam por vergonha. Desse jeito vão acabar morrendo. Depois ficam falando mal do serviço público”, comentou.

A dona de casa Neide Maria da Silva se queixou de duas manchas no corpo. “Já faz duas semanas que essas manchas apareceram, não sei o que fazer”, falou. Ao ser previamente examinada pela coordenadora foi orientada a participar do mutirão de exames que acontecerá na próxima sexta-feira (03). “Agora vou me tratar”, festejou Neide. De acordo com a organização, o objetivo dessa mobilização comunitária é abordar os moradores em suas residências sobre as duas doenças, falando dos sinais e sintomas, da forma de contaminação, da importância do diagnóstico precoce, do tratamento e da cura. Os casos suspeitos serão encaminhados para exames de confirmação diagnóstica no serviço de saúde mais próximo da população, no caso, a Unidade de Saúde da Família (USF) Bruno Maia.

Durante a ação, Agentes de Saúde Comunitários, Agentes de Saúde Ambiental e Controle de Endemias (Asaces) e técnicos das duas áreas de interesse se revezarão durante no trabalho de porta em porta. Até a próxima sexta-feira (03), além da busca ativa, os profissionais também entregarão panfletos explicativos, fichas de autoimagem (nos casos de hanseníase), e potes para coletar material para os suspeitos de tuberculose (escarro). Os moradores também serão beneficiados com palestras educativas no período da manhã que ocorrerão na Associação dos Moradores, e distribuição de material impresso na quarta-feira (01 de agosto).

Já sensibilizados e orientados, os moradores terão a oportunidade de realizar os exames na sexta-feira (03). Os serviços para a detecção da hanseníase e tuberculose serão disponibilizados na Sede Associação dos Moradores do Córrego da Josélia, mesmo lugar onde acontecerá a palestra da quarta. Entre às 8h e 15h, um médico dermatologista e enfermeiros estarão realizando exames de pele e recebendo também o escarro dos casos suspeitos, bem como dando orientações a população.

De acordo com a coordenadora municipal de controle da hanseníase, Milde Cavalcanti, a importância da ação é conscientizar a população sobre as doenças. “É essencial que o diagnóstico seja feito precocemente e o tratamento seja oportuno para evitar sequelas e incapacidades. As mobilizações têm vários objetivos especialmente o educativo  com ampla divulgação sobre as doenças e possibilidade do diagnóstico precoce e a interrupção da cadeia de transmissão dos dois agravos”.