Prefeito Geraldo Julio participa da 2ª Conferência Brasileira de Mudança do Clima realizada de forma virtual e gratuita
Realizada de forma virtual e gratuita, a conferência debateu temas sobre a desertificação no semiárido brasileiro, biodiversidade dos oceanos e realizou o monitoramento dos compromissos da Declaração de Recife lançada na primeira edição em 2019.
Em 2019, Recife sediou a 1ª Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC) reunindo líderes, gestores e sociedade civil em painéis, debates, mesas redondas e lançamentos que contribuíram para discutir os principais compromissos e contribuições para o futuro acordo climático. Neste ano, devido à pandemia do covid-19, o encontro iniciou a programação no último dia 5, de forma virtual e gratuita, através do Instituto Ethos no YouTube (https://www.youtube.com/user/InstitutoEthos). Na manhã desta quinta-feira (12), o prefeito Geraldo Julio, presidente do ICLEI para a América do Sul, participou da sessão de abertura do segundo dia de programação de diálogos que direcionam as urgências, preocupações e avaliações que endereçam a realidade da governança ambiental e climática do Brasil. Além do prefeito Geraldo Julio, o governador Paulo Câmara também participou da abertura da programação, assim como a diretora executiva da ONG Artigo 19, Denise Doro.
“Quero dar as boas vindas a todos aqui na 2ª Conferência Brasileira de Mudança do Clima. Em 2019, nós tivemos a primeira Conferência que foi presencial e aconteceu aqui no Recife. Quero agradecer a todos os que organizaram o evento, ao Instituto Ethos, a todas as entidades que participam, em nome do ICLEI, e a todos que estão engajados nessa causa de enfrentamento à crise climática global. É cada dia mais importante e a pandemia aumentou ainda mais esse desafio, com todos os impactos na economia, os impactos sociais também, causados por essa pandemia. Mas a gente continua firme e a conferência tem esse papel de engajar mais pessoas nesse enfrentamento, nessa luta contra a crise climática global”, afirmou o prefeito em sua fala na abertura do segundo dia do evento.
Nesta segunda edição, a programação da Conferência Brasileira de Mudança do Clima foi criada de forma coletiva com vinte correalizadores, tendo como objetivo realizar o monitoramento dos compromissos da Declaração do Recife (documento encabeçado pela organização do evento, Instituto Ethos, direcionado aos diferentes setores da sociedade com metas para priorizar o cumprimento da agenda de descarbonização até 2030 e zerar a emissão em 2050) e articular um diagnóstico das realidades locais e globais dos impactos e impasses da pandemia na agenda climática e ambiental. Também estão sendo discutidos o controle do desmatamento na Amazônia e nos demais biomas, a ação climática subnacional, democracia ambiental, justiça climática e a questão dos oceanos, entre outras temáticas. Além do prefeito Geraldo Julio, o governador Paulo Câmara também participou da abertura da programação.
O tema da seca e desertificação foi debatido em dois painéis a partir de estudos e pesquisas realizadas com foco no semiárido brasileiro e oriundas de diferentes espaços e áreas de produção do conhecimento. As relações da importância socioeconômica e da biodiversidade dos oceanos e a gravidade representada pelos impactos adversos das mudanças climáticas também entraram em pauta, assim como a emergência dos sistemas alimentares e da indústria de alimentos na agenda climática.
Um dos grandes resultados da primeira conferência realizada na capital pernambucana em novembro de 2019 foi a divulgação de estudos e compromissos em relação às mudanças climáticas. Da Declaração de Recife, o lançamento da Análise de Riscos e Vulnerabilidades Climáticas e Estratégia de Adaptação do Município do Recife (documento que reúne 14 medidas de adaptação para aumentar a resiliência nos pontos mais críticos e as seis principais vulnerabilidades do município), o anúncio para tornar obrigatória nas escolas públicas municipais o ensino sobre Sustentabilidade e Emergência Climática, ao Decreto de Emergência Climática Global reconhecido pelo município por iniciativa pioneira do prefeito Geraldo Julio. Dessa forma, a CBMC mantém o diálogo de governos locais e compromissos ambiciosos em torno do fortalecimento de programas, políticas públicas e planos de desenvolvimento e de ampliação da agenda climática.
As mensagens desta segunda edição do evento propõem uma avaliação sobre os modos de viver que estão aquecendo o planeta e gerando danos sociais e ambientais globais, bem como a promoção de diálogos para a formulação e monitoramento de compromissos que influenciam o clima e propõe saídas para a implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC brasileira). No momento em que as cidades buscam soluções sustentáveis para mitigar suas emissões e adaptar-se aos efeitos das mudanças do clima, Recife se mantém protagonista com ações concretas e planejamento de combate à Emergência Climática com entrega de dois novos documentos estratégicos em dezembro: o Plano Local de Ação Climática e o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa relativo aos anos de 2016 e 2017.
Confira a programação completa da 2ª Conferência Brasileira de Mudança do Clima no site www.climabrasil.org.br. Assista ao vivo gratuitamente no canal do Ethos no YouTube (https://www.youtube.com/user/InstitutoEthos).
Sobre a Conferência Brasileira de Mudança do Clima
Com a primeira edição realizada em 2019, na cidade do Recife, a CBMC é um encontro que reúne organizações não-governamentais, movimentos sociais, povos tradicionais, governos, comunidade científica e os setores público e privado. O evento promove diálogos para a formulação e monitoramento de compromissos que influenciam o clima e propõe saídas para a implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC brasileira), maiores ambições na pauta climática e de adaptação às mudanças ambientais. O encontro é apartidário, de organização coletiva e tem como base a NDC Brasileira, o Acordo de Paris e a Agenda 2030. Confira o Histórico da Conferência Brasileira de Mudança do Clima 2019.
Sobre a Declaração de Recife
A Declaração é um documento propositivo, apresentando propostas possíveis de implementação com o objetivo de manter a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC brasileira) dentro da meta estipulada e, no limite, procurar aumentar a ambição dos diferentes atores brasileiros com objetivo de priorizar o cumprimento da agenda de descarbonização e fortalecimento da resiliência no Brasil. Desta maneira, a Declaração do Recife se consolida como a compilação dos esforços de construção do conteúdo da CBMC, apresentando uma metodologia colaborativa, multissetorial e participativa. Para 2020, o grupo de organizações engajadas neste processo deverá decidir qual será a melhor maneira de monitorar o cumprimento das sugestões apresentadas na Declaração do Recife por parte das signatárias, além de estimular o contínuo aumento de ambição por parte, principalmente, dos órgãos governamentais e empresas públicas e privadas. Confira a Declaração de Recife.