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Saúde | 30.11.20 - 08h59

Profissionais da atenção básica do Recife ganham guia de apoio para casos de síndrome congênita do zika vírus

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Manual, elaborado em parceria da Secretaria de Saúde do Recife com a Fundação Altino Ventura e Organização Pan-americana de Saúde, dá orientações e protocolos a serem seguidos, consolidando o conhecimento obtido nos últimos cinco anos após a epidemia (Foto: Ikamahã/Sesau PCR)

 

A partir desta terça-feira (13), os profissionais da atenção básica à saúde do Recife passam a contar com um guia de apoio, com orientações e protocolos específicos a serem aplicados no atendimento e acompanhamento de casos da síndrome congênita do zika vírus. O material foi produzido através de uma parceria da Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) com a Fundação Altino Ventura (FAV) e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que fizeram a consolidação de tudo que foi vivenciado e comprovado cientificamente nos últimos cinco anos, após a epidemia da síndrome congênita do zika vírus, entre 2015 e 2016, quando aumentaram as ocorrências de microcefalia e outras complicações neurológicas em recém-nascidos de mães que se infectaram pelo vírus durante a gravidez.

O lançamento foi realizado nesta terça, durante a cerimônia de 34 anos da FAV, em solenidade no auditório do Centro Especializado em Reabilitação IV, na Iputinga. Na ocasião, a diretora de Atenção Básica à Saúde do Recife, Ana Sofia Costa, explicou que o objetivo do guia é embasar o profissional da atenção primária, que é aquele que está mais próximo da criança, sobre como proceder em vários aspectos. “Quando surgiram os primeiros casos, em 2015, víamos que era uma patologia completamente nova e que exigia acompanhamento integral do crescimento dessas crianças. A síndrome não causa somente a microcefalia, mas também retardo no desenvolvimento cognitivo, alterações na visão e na audição. E o guia consolida todo esse entendimento”, explica a diretora, que é médica de Saúde da Família.

O guia foi elaborado com a contribuição de cerca de 50 profissionais de saúde, tanto da atenção primária quanto da especializada. Além disso, mães e outros familiares de crianças com a síndrome também foram ouvidos durante o processo de criação do documento. “Essa escuta foi fundamental para a produção do conteúdo. Sabemos que as mães e as famílias sofreram muita discriminação, mas não desanimaram. Com apoio psicológico e social, somados aos estímulos em casa, o desenvolvimento dessas crianças superou todas as expectativas da ciência”, aponta a vice-presidente da FAV, Liana Ventura.

O documento de 135 páginas está disponível no site da FAV . “Estamos seguros de que o guia irá ajudar muito na superação dos desafios impostos pela síndrome, pois aposta na identificação para mudar o curso da doença e orienta ações para ampliação da qualidade de vida e integração das pessoas com a síndrome na sociedade”, elogia a representante da OPAS no Brasil, Lely Guzman.

EPIDEMIA - O Recife foi o epicentro da epidemia da síndrome congênita do zika vírus, entre 2015 e 2016. Em outubro daquele ano, após ser atestada a relação entre o vírus e a microcefalia em bebês, a Secretaria de Saúde do Recife elaborou o Plano Municipal de Ação, focado na área de assistência à saúde. O suporte clínico e laboratorial da rede de saúde ganhou reforço e foram criados serviços especializados, como o Núcleo de Desenvolvimento Infantil, na Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena.