Com redução de 77% na procura por atendimentos, Prefeitura do Recife desmobiliza leitos de covid-19
A Prefeitura do Recife iniciou nesta quinta-feira (31) a desmobilização de parte dos leitos de observação e sala vermelha da rede municipal voltados para o atendimento de pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19. A desativação está sendo feita nas Policlínicas Agamenon Magalhães, em Afogados; Barros Lima, em Casa Amarela; Arnaldo Marques, no Ibura; e Amaury Coutinho, na Campina do Barreto. Com isso, será possível redirecionar as equipes e ampliar os atendimentos ambulatoriais nas unidades. A decisão foi possível graças à queda dos indicadores da pandemia de covid-19, ao amplo processo de vacinação na cidade e à redução na procura por atendimentos deste tipo.
Após picos de muitos casos e óbitos, o cenário epidemiológico da covid-19 no Recife vem se modificando positivamente. Para se ter ideia, no dia 24 de janeiro deste ano foi registrada a maior procura pelos Serviços de Pronto Atendimento (SPAs) da rede municipal em 2022, quando 1.079 pessoas foram atendidas com suspeita ou confirmação de covid-19. Já em 30 de março, esse número diminuiu para 250 - o que representa uma queda de 77%.
Observando a situação das unidades individualmente, na Policlínica Arnaldo Marques essa redução foi ainda maior. Durante este mesmo período, houve uma diminuição de 95% dos atendimentos - foram 272 pessoas atendidas no dia 24 de janeiro e 14 na última quarta-feira (30). Já na Policlínica Barros Lima, os números passaram de 305 para 20 - uma queda de 93%.
Na Policlínica Amaury Coutinho, houve um decréscimo de 85% dos atendimentos no mesmo período, quando os atendimentos saíram de 228 pessoas para 34. A redução na Policlínica Agamenon Magalhães também foi expressiva: os números saíram de 257 para 40 - uma diminuição de 84%.
Outro indicador observado pela Secretaria de Saúde do Recife é a queda no total de casos confirmados de covid-19 e na porcentagem de positividade. Comparando a Semana Epidemiológica (SE) 12, que vai de 20 a 26 de março, com a Semana Epidemiológica 4, que vai de 23 a 29 de janeiro, pico da doença na cidade, percebe-se uma redução de 93,52% na confirmação de novos casos - no primeiro momento, a cidade chegou a registrar 14.494 pessoas infectadas e no segundo momento, foram 939 registros.
Com relação à positividade, também houve redução. Na SE 4 o índice estava em 40,1%, enquanto que na SE 12 passou para 17,4% - ou seja, um decréscimo de 56,60%. Esse padrão de redução vem se observando de forma mais acentuada desde a SE 6, que vai de 6 a 12 de fevereiro.
A capital pernambucana também vem registrando diminuição de óbitos por covid-19. Pela primeira vez, desde o início da pandemia, o Recife registrou o maior período sem notificações de óbitos causados pela doença: foram dez dias consecutivos - no intervalo entre 11 e 20 de março. Este mês também é o que possui mais dias sem ocorrência de mortes, cujas causas foram a infecção pelo novo coronavírus, totalizando 20 dias alternados, até o momento. Estes números ainda podem sofrer alterações, tendo em vista a qualificação diária do banco de dados.
O Samu Metropolitano do Recife também apresentou expressiva redução no número de envios de ambulância para atender pacientes com síndrome respiratória aguda grave. Em março de 2021, o serviço chegou a enviar 1.591 viaturas para prestar socorro a pessoas com suspeita ou confirmação de covid-19. Agora, até 26 de março deste ano, foram mobilizados 173 veículos para essas ocorrências - demonstrando uma redução de 89,1%.