Orquestra Sinfônica do Recife celebra 82 anos no Teatro Santa Isabel
Comemoração aconteceu no mesmo palco onde foi realizado o primeiro concerto, em 30 de julho de 1930
As cortinas do Teatro Santa Isabel se abriram, na noite desta segunda-feira (30), para comemorar os 82 anos da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR), uma das mais atuantes do Norte e Nordeste do país. O palco foi o mesmo em que foi realizado o primeiro concerto, em 30 de julho de 1930. Regida pelo maestro Osman Gioia, a OSR festejou seu aniversário ao som da das obras “Madei-Mamoré” e da Sinfonia nº 6, opus 74 – “Patética”.
A peça “Madei-Mamoré”, do baiano Manoel Nascimento, iniciou a apresentação com cinco temas. A primeira temática Verde lembrou a floresta amazônica; a segunda, uma Modinha, fez alusão à lenda do boto, que em época de lua cheia, se aproximava da margem do rio para conquistar as garotas da região. O terceiro tema, Sentimental, foi uma canção que citou a história de um amor impossível entre um índio e uma mulher branca. Já o Camaleão lembrou a circulação do trem de ferro com cordas e percussão. O último tema, Memory, fez uma homenagem ao milionário americano que terminou a estrada de ferro Madeira-Mamoré, Percival Farquar. O compositor Nascimento falou do seu retorno ao palco. "Depois de 20 anos fora do campo, voltar e comemorar os 82 anos da OSR é um grande prazer. Hoje, tive uma das maiores emoções da minha vida. Fico lisonjeado quando vejo o público apreciando minha peça", declarou emocionado.
Dando continuidade ao show, a Sinfonia n° 6, opus 74 – “Patética”, do russo Peter llitch Tchaikovsky entrou em cena com quatro movimentos : Adagio - Allegro nom tropo; Allegro com grazia; Allegro Molto Vivace e para encerrar, o movimento Finale – Adagro foi tocado. Dias antes de morrer, Tchaikovsky fez a primeira apresentação da peça em São Petersburgo. Para o maestro Osman Gioia, a Sinfonia n° 6, opus 74 – “Patética”, deve ser tocada com dedicação. “Com muita responsabilidade, escolhemos esta obra para representar a maturidade dos artistas da nossa orquestra. Tchaikovsky fez a peça com o coração e eu senti que o público entendeu o nosso recado”, afirmou.
Mais de 700 pessoas, incluindo crianças, jovens e adultos prestigiaram o aniversário da OSR. “Muitos amigos meus queriam ter a honra de assistir a um concerto. As obras apresentadas mexem com minhas sensações. Em pouco tempo fico tranquilo e agitado” declarou o adolescente Mateus Almeida, o tocador de fagote e estudante da Escola Técnica de Criatividade Musical do Recife.