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Cultura | 31.07.12 - 09h35

Orquestra Sinfônica do Recife celebra 82 anos no Teatro Santa Isabel

“Madei-Mamoré”, do baiano Manoel Nascimento, iniciou a apresentação com cinco temas. Foto: Clélio Tomaz

Comemoração aconteceu no mesmo palco onde foi realizado o primeiro concerto, em 30 de julho de 1930

As cortinas do Teatro Santa Isabel se abriram, na noite desta segunda-feira (30), para comemorar os 82 anos da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR), uma das mais atuantes do Norte e Nordeste do país.  O palco foi o mesmo em que foi realizado o primeiro concerto, em 30 de julho de 1930. Regida pelo maestro Osman Gioia, a OSR festejou seu aniversário ao som da das obras “Madei-Mamoré” e da Sinfonia nº 6, opus 74 – “Patética”.

A peça “Madei-Mamoré”, do baiano Manoel Nascimento, iniciou a apresentação com cinco temas. A primeira temática Verde lembrou a floresta amazônica; a segunda, uma Modinha, fez alusão à lenda do boto, que em época de lua cheia, se aproximava da margem do rio para conquistar as garotas da região. O terceiro tema, Sentimental, foi uma canção que citou a história de um amor impossível entre um índio e uma mulher branca.  Já o Camaleão lembrou a circulação do trem de ferro com cordas e percussão. O último tema, Memory, fez uma homenagem ao milionário americano que terminou a estrada de ferro Madeira-Mamoré, Percival Farquar. O compositor Nascimento falou do seu retorno ao palco. "Depois de 20 anos fora do campo, voltar e comemorar os 82 anos da OSR é um grande prazer. Hoje, tive uma das maiores emoções da minha vida. Fico lisonjeado quando vejo o público apreciando minha peça", declarou emocionado.


Dando continuidade ao show, a Sinfonia n° 6, opus 74 – “Patética”, do russo Peter  llitch Tchaikovsky entrou em cena com quatro movimentos :  Adagio - Allegro nom tropo; Allegro com grazia; Allegro Molto Vivace  e para encerrar, o movimento Finale – Adagro  foi tocado.  Dias antes de morrer, Tchaikovsky fez a primeira apresentação da peça em São Petersburgo. Para o maestro Osman Gioia, a Sinfonia n° 6, opus 74 – “Patética”,  deve ser tocada com dedicação.  “Com muita responsabilidade, escolhemos esta obra para representar a maturidade dos artistas da nossa orquestra. Tchaikovsky fez a peça com o coração e eu senti que o público entendeu o nosso recado”, afirmou.

Mais de 700 pessoas, incluindo crianças, jovens e adultos prestigiaram o aniversário da OSR.   “Muitos amigos meus queriam ter a honra de assistir a um concerto. As obras apresentadas mexem com minhas sensações. Em pouco tempo fico tranquilo e agitado” declarou o adolescente Mateus Almeida, o tocador de fagote e estudante da Escola Técnica de Criatividade Musical do Recife.