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Direitos Humanos | 23.05.19 - 19h16

V Semana do Bebê do Recife preserva raízes com o Ninar nos Terreiros

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Programação aborda a importância do brincar e do cuidado sem esquecer os referenciais afros (Foto: Daniel Tavares/PCR)

 

Consulte a qui a programação completa

 

A iniciativa Ninar nos Terreiros, realizada na V Semana do Bebê do Recife, promove, até amanhã (24), atividades sobre os cuidados na Primeira Infância em seis terreiros na capital - Terreiro Ipê Opô Alaketu Fadada (Nova Descorbeta), Terreiro Ile Axé Oya Guerê (Joana Bezerra), no Centro Espírita Obassa Ilê Odé Okenranllê (Engenho do Meio), Terreiro do Babalorixá Fábio de Omolu (Ibura), Palácio das Águas (Afogados) e Yke Axé Oxum Deym (Pina). A ideia é aliar os cuidados com a preservação das raízes afrodescendentes.

Nesta V Semana do Bebê, o projeto Ninar nos Terreiros promove a construção da identidade da criança, passando pelos referenciais, destacando a cultura da população negra por meio das histórias infantis, da oralidade, considerando as manifestações da mitologia yorubá nos livros infanto-juvenis, como uma alternativa para um trabalho de introdução à cultura afrodescendente.

Nesta manhã de quinta-feira (23), no Terreiro Ile Axé Oya Guerê, localizado no bairro de Joana Bezerra, crianças, mães e gestantes vivenciaram a importância do brincar e do cuidado com a saúde sem esquecer sua identidade.  A contação de histórias africanas encantou as crianças.  Miguel, 10 anos, ficou entusiasmado ao relatar a história Como Tocar o Tambor. “A parte que mais gostei foi quando a lua ajudou o macaquinho a voltar para sua tribo”, contou. Eles também aprenderam com as arte educadoras a fazer bonecos de panos.

“Trazer a Semana do Bebê para o Terreiro, além de mostrar a importância do cuidado e do brincar, desconstrói estereótipos e trabalha a afirmação da identidade desses moradores, reconhecendo esses espaços como instrumentos de promoção dos direitos humanos e da saúde na primeira infância”, relatou a gerente de Igualdade Racial da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas Sobre Drogas e Direitos Humanos (SDSJPSDDH), Girlana Diniz. O babalorixá Pai Geraldo acrescentou que a religiosidade também é vista com preconceito. “Abrir as portas do terreiro para a população ajuda a desmistificar o local”, aposta.

Equipe da Secretaria de Saúde, que coordena o Ninar nos Terreiros, realizou no local testes de glicemia, aferição da pressão arterial, deu orientações sobre alimentação saudável, saúde bucal e aleitamento materno. Rafaela Ferreira, 29 anos, grávida de cinco meses do segundo filho, disse que relembrou dicas de amamentação, já que sua primeira filha está com 10 anos. “O Ninar nos Terreiros faz a interação das crianças da comunidade nesses espaços, trazendo o empoderamento, reconhecendo a promoção à saúde, enfrentamento do racismo religioso e resgate das matrizes africanas”, falou a gerente da Saúde da População Negra do Recife, Rose Santos.