Com Gretchen à frente, bloco Nem com uma Flor reivindica fim da violência contra a mulher
Que chuva, que nada! Quem estava nas imediações da Praça do Arsenal na tarde desta quinta (20) parou para ver Gretchen “lançando a braba”. Quer dizer, instigando as mulheres a tomar uma atitude contra o assédio que não é brincadeira nem no Carnaval. Este ano, a cantora foi a musa do Bloco Político Carnavalesco Nem com uma Flor, que atua na prevenção à violência de gênero há 19 anos, estimulando mulheres a denunciar qualquer agressão sofrida durante a folia.
Logo na abertura, Gretchen cantou para o público a música Lança tua braba, mulher, tema da quinta edição do Manual de como não ser um babaca no Carnaval, versão Conga la Conga, que tem a rainha do rebolado como inspiração. Ela também apresentou antigos sucessos, como Conga, Conga, Conga e Freak le Boom Boom, levando o público ao delírio. A cantora revelou estar emocionada por ter se sido escolhida para ilustrar a campanha contra o assédio no Carnaval, realizada pela prefeitura do Recife, e deu um recado ao público masculino: “A gente é quem decide se quer ou não. Não são vocês que vão obrigar. Em vez de assediar, proteja a gente que a gente vai amar.”
Além de Gretchen, subiu ao palco o Maracatu Baque Mulher, mantendo alta a temperatura, apesar da chuvinha fina que não estragou a festa. Em seguida, se apresentaram no palco da Praça do Arsenal as cantoras Gabi da Pele Preta e Cilene Araújo, as Sereias Teimosas do Pina e do grupo de dança Coco do Baobá, da Mustardinha. Já era noite quando a Orquestra 100% Mulher arrastou os foliões pelas ruas do Bairro do Recife, encerrando um evento que superou as expectativas, na avaliação da secretária da Mulher, Cida Pedrosa.
“O Nem com uma Flor se consolidou como o maior bloco de prevenção à violência de gênero no Brasil. Ele junta mulheres e homens que vão para as ruas dizer que as mulheres devem ser respeitadas”, disse Cida Pedrosa. “Também tivemos atrações importantes e conseguimos juntar profissionais da música com mulheres de comunidade que tem um trabalho artístico e se sentiram contempladas. Esse bloco já completou sua maioridade e vai seguir como um instrumento de enfrentamento à violência contra as mulheres,”, concluiu.