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Saúde | 11.09.20 - 11h42

Recife chega aos 6 meses de pandemia com 4 meses de queda nos indicadores

Prefeito Geraldo Julio fez o balanço dos 6 meses de convivência com a covid-19, destacando a efetividade da resposta da cidade, que garantiu atendimento a todos que precisaram e hoje conquista a retomada segura das atividades

Nesta sexta-feira (11), seis meses após a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar a pandemia da covid-19, o prefeito Geraldo Julio fez um balanço das ações e da situação da pandemia no Recife. O gestor destacou os quatro meses de queda nos indicadores, resultado da resposta eficiente da cidade, que adotou medidas de isolamento social muito cedo, criou, proporcionalmente à população, a maior rede de hospitais de campanha do Brasil e fez um amplo trabalho de apoio às pessoas mais vulneráveis, com ações de assistência social. O Recife chega aos seis meses de pandemia com redução de mais de 90% nos óbitos e 70% nas internações da rede hospitalar, o que vem permitindo a reabertura segura e gradual de atividades econômicas e sociais que vão permitindo a convivência com a situação de pandemia.

“Passados seis meses da decretação da pandemia, o Recife chega a quatro meses de redução da contaminação. Nós estamos chegando também a 30 mil pessoas recuperadas da Covid-19 em nossa cidade. O isolamento social feito pelos recifenses teve um papel fundamental e eu quero agradecer a todos os que se engajaram. A rede emergencial de saúde chega próxima de 3100 altas hospitalares. Eu quero agradecer a todos os que construíram essa rede emergencial e a todos que atenderam na rede emergencial e também em toda a rede de saúde. Já são 43 mil atendimentos realizados”, disse o prefeito Geraldo Julio. 

“A gente trabalhando junto conseguiu evitar que houvesse colapso do sistema de saúde na nossa cidade e evitar também o que vimos em outras cidades como sepultamento em vala comum. Todos os profissionais de saúde tiveram garantidos os EPIs para poder trabalhar de maneira protegida. E todos aqueles que precisaram do atendimento do SUS tiveram acesso a esse atendimento em nossa cidade. Eu quero agradecer a todos pelo empenho. E a gente deve continuar junto porque a pandemia não acabou e as ações de prevenção devem continuar”, complementou ele.

Na fase mais crítica da pandemia, entre abril e maio, a rede de saúde da capital pernambucana não entrou em colapso graças ao maior índice de isolamento social entre as capitais brasileiras e à abertura de leitos que não existiam no início deste ano. A Prefeitura do Recife construiu sete hospitais de campanha, que chegaram a ter cerca de mil leitos para os pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19. O Recife foi a capital que, proporcionalmente à população, abriu mais leitos de covid no Brasil. 

Os sete hospitais municipais e os leitos de covid abertos em outras duas unidades de saúde propiciaram quase 17 mil atendimentos, mais de seis mil internações e mais 3.100 altas médicas. Para dar conta dessa demanda extraordinária, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife contratou mais de quatro mil profissionais e adquiriu mais de 10 mil equipamentos médico-hospitalares, além 3,5 milhões de equipamentos de proteção individual (EPIs). 

Com a queda consolidada de diversos indicadores da pandemia, há quatro meses, já foi possível desativar cinco desses hospitais de campanha. De acordo com a Vigilância Epidemiológica do Recife, os casos de síndrome respiratória aguda grave (srag) vinham caindo na cidade desde meados de maio, durante a quarentena mais rígida (lockdown) e, a partir de agosto, também começaram a cair os casos leves de covid.  Em agosto, o Recife foi responsável por apenas 15% de todos os novos casos de Pernambuco, enquanto, em abril, a cidade chegou a ser responsável por quase 55% dos novos casos de covid do Estado. 

A Secretaria de Saúde do Recife também registrou queda de 70% das internações na comparação do mês de maio, no pico da pandemia, com os dados fechados do mês de agosto, assim como contabilizou redução de mais de 50% no número de atendimentos nas emergências das policlínicas em cujas áreas externas foram construídos hospitais de campanha, no mesmo período. 

A Prefeitura do Recife também contabilizou cerca de 90% de redução nas mortes por covid na comparação do mês de maio com agosto. Depois de cinco meses com registros diários de mortes por covid, na última segunda-feira (7), o Recife teve seu primeiro dia sem mortes confirmadas nos boletins diários da Secretaria de Saúde, desde o início de abril. 

Essa queda sustentada nos diversos indicadores monitorados pela PCR permitiram a desativação de cinco hospitais de campanha e o início da desmobilização da sexta unidade - o Hospital Provisório Recife (HPR) 3, na Imbiribeira. Nessa sexta, ainda há 18 pacientes internados no HPR 3, sendo 10 nas UTIs. 

Ao todo, já foram desativados 677 leitos municipais, restando 351 leitos em funcionamento nesta sexta, sendo 167 UTIs e 184 enfermarias. Neles, estão internados hoje 176 pacientes – 94 nas enfermarias e 82 deles nas UTIs (desses últimos, 60% deles são pacientes vindos de outras cidades). O número de pacientes internados também vem caindo, desde junho. Após a desativação do HPR 3, o único hospital de campanha que permanecerá funcionando completamente será o Hospital Provisório Recife 1, localizado na Rua da Aurora, em Santo Amaro. 

ATENÇÃO BÁSICA - Além da rede de hospitais de campanha, a Prefeitura do Recife também salvou vidas em outra frente: a rede de Atenção Básica à Saúde, que foi reestruturada para atender casos suspeitos ou confirmados da covid-19. Reorganizada pela Prefeitura do Recife desde abril, cerca de 20 unidades de referência da Atenção Básica à Saúde (hoje são 18 unidades) ultrapassaram a marca de 26.600 atendimentos, contribuindo para desafogar os Serviços de Pronto Atendimento (emergências) da rede municipal e evitando que pessoas com suspeita de covid-19 tivessem contato com pacientes que estivessem buscando vacinação, remédios, pré-natal e outros atendimentos. Nas unidades de referência da Atenção Básica para covid, também houve queda de quase 50% nos atendimentos, de maio para agosto.

SAMU – O Samu Metropolitano do Recife tornou-se a porta de entrada para pacientes com sintomas respiratórios, bem como o responsável pelo transporte entre as unidades que fazem o primeiro atendimento, como as emergências das policlínicas, UPAs e os hospitais de referência para enfrentamento à covid-19. Desde o socorro à primeira paciente com suspeita de covid, no fim de fevereiro, até esta sexta-feira, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) registrou quase 10.400 chamados por causas respiratórias, que geraram quase cinco mil atendimentos a pessoas com suspeita de covid. De maio para agosto, o envio de ambulâncias para atendimento a casos suspeitos de covid caiu mais de 70%.

SANITIZAÇÃO – Uma medida importante implementada pela PCR para prevenção de infecções por covid-19 foi a sanitização de espaços públicos - técnica reconhecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como eficaz no enfrentamento ao novo coronavírus. De forma pioneira no Nordeste, a Secretaria de Saúde do Recife realizou, desde março, 87.670 visitas para desinfecção de espaços públicos. Diariamente, mais de 130 profissionais da Vigilância Ambiental do Recife sanitizam cerca de 600 locais de grande fluxo de pessoas. Foram empregados, até hoje, 595 mil litros da solução desinfetante com ação viricida de alto nível, cujo efeito tem início em até cinco minutos e o efeito residual atua por 24 horas.

MÁSCARAS - Após o início da retomada das atividades socioeconômicas, o Recife vem mantendo a tendência de queda nos indicadores da pandemia, entre outros fatores, porque mantém o foco na prevenção de novas infecções, já que a pandemia não acabou e o novo coronavírus continua circulando na cidade. Diariamente, a Secretaria de Saúde do Recife distribui máscaras e informações em Estações Itinerantes de Orientações sobre a Covid-19 espalhadas em diferentes locais da cidade, a cada semana. 

As entregas de máscaras e as conversas sobre prevenção são feitas também em ações de porta em porta nas comunidades mais vulneráveis da cidade e em visitas a casas de pessoas que fazem parte dos grupos de risco da covid-19, como por exemplo os idosos. Somente a Secretaria de Saúde do Recife já distribuiu mais de 400 mil máscaras nessas atividades, fora outras distribuídas pelas diversas secretarias da PCR. Ao todo, a gestão municipal encomendou 800 mil máscaras a costureiras contratadas em editais de chamamento público.

ASSISTÊNCIA SOCIAL - Atenta a quem mais precisa, a Prefeitura do Recife distribuiu mais de 230 mil cestas básicas a famílias em situação de vulnerabilidade social, mais de 250 mil quentinhas nos restaurantes populares e mais de 24.800 kits de higiene pessoal. Foram abertas, ainda, 100 vagas no Abrigo Irmã Dulce, 120 vagas de isolamento no Abrigo Emergencial e 40 vagas para idosos em situação de rua no Abrigo Edusa Pereira. Por meio da plataforma Transforma Recife, foram arrecadadas 155 mil cestas básicas, enquanto pela plataforma do Quero Impactar foram arrecadados mais de R$ 3 milhões para projetos voltados à pandemia.

EDUCAÇÃO - Em relação às medidas adotadas na área da educação, o Recife foi a primeira capital brasileira a suspender as aulas, protegendo alunos, professores e demais colaboradores da rede municipal de ensino. Mesmo assim, a comida foi garantida na mesa desses estudantes com a distribuição de mais de 580 mil cestas básicas para as famílias desses alunos. Também foram distribuídos mais de 660 mil kits de higiene e limpeza e mais de 409 mil kits pedagógicos.

TECNOLOGIA -  Ao longo desses seis meses em que o isolamento e o distanciamento social foram primordiais, a Prefeitura do Recife também salvou vidas através da tecnologia. No aplicativo Atende em Casa, se cadastraram mais de 60 mil usuários com sintomas sugestivos de covid-19. Mais de 22 mil deles apresentaram sintomas mais importantes e passaram por teleorientações através de vídeochamadas com médicos ou enfermeiros, e mais de 5.700 dessas pessoas foram orientadas pelos profissionais a procurar uma unidade de saúde, evitando deslocamentos desnecessários até os postos, que poderiam ser pontos de contaminação. Também através de vídeochamadas, o Atende em Casa oferece apoio emocional para as pessoas que estão atravessando momentos de angústia e tristeza por causa da pandemia. Desde maio, mais de 2.300 pessoas já passaram pelo teleacolhimento.

Já para estimular a prática de exercícios físicos em casa, profissionais das Academias da Cidade e das Academias Recife disponibilizaram cerca de 100 aulas através do aplicativo Movimenta Recife, que beneficiou mais de 56 mil usuários cadastrados. Outro aplicativo importante foi o Aprende em Todo Lugar, que garantiu orientações sobre a pandemia para os trabalhadores da rede municipal de saúde, registrando quase quatro mil acessos à plataforma. 

Em parceria com o Porto Digital, a Prefeitura criou ainda o Plano de Convivência com a Pandemia. Baseada na plataforma científica Dados e Análises para Decisões e Operações (D.A.D.O), que avalia indicadores e algoritmos, foi possível planejar a retomada gradual das atividades socioeconômicas, de forma segura. O uso de drones também ajudou o monitoramento de 71 comunidades de difícil acesso, enquanto o Índice de Isolamento Social era monitorado, em parceria com a In Loco, por bairro, a partir da geolocalização de smartphones.