Secretaria de Meio Ambiente

NOTÍCIAS

Direitos Humanos | 03.11.18 - 23h58

Jovens lotam encerramento do 2° Festival de Juventude do Recife

img_alt

Com o tema #DefendendoDireitos, o evento da Prefeitura do Recife terminou com uma prévia do 15º Festival No Ar Coquetel Molotov, com shows de Luiz Lins e Isaar no Parque da Macaxeira (Foto: Lú Streithorst/PCR)

 

Mais de quatro mil jovens de todas as áreas da cidade curtiram os shows, participaram das oficinas e ouviram as mensagens de resistência dos grupos que se apresentaram no encerramento do 2º Festival de Juventude do Recife: #DefendendoDireitos, promovido pela Prefeitura do Recife e o Festival No Ar Coquetel Molotov, neste sábado (3), no Parque da Macaxeira. Pela segunda vez, o evento contou com uma prévia do Molotov. Se apresentaram os artistas Isaar França e Luiz Lins, a Nação de Maracatu Estrela Brilhante e o Coletivo Cores Femininas, além de grupos jovens selecionados em edital.
 
O 2º Festival de Juventude do Recife foi promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos (SDSJPDDH), em parceria com o No Ar Coquetel Molotov e o Conselho Municipal de Políticas Públicas de Juventude, com apoio da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer, Secretaria de Segurança Urbana, Secretaria de Educação e outras pastas da PCR, além do Coletivo BoiKOT e da ONG Cores do Amanhã.
 
Com a programação ampliada de um para três dias, o 2° Festival de Juventude do Recife começou na última quarta-feira (31), com o Rolezinho de Halloween do Compaz Eduardo Campos, no Alto Santa Terezinha, continuou na última quinta-feira (1º), com torneios de futebol e futsal no Parque do Caiara, na Iputinga, e se encerrou neste sábado. A tarde começou com diversas intervenções artísticas, feirinha de artesanato e oficinas como as de tecido e de grafitagem.
 
A principal atração deste sábado foi Luiz Lins, que é um dos mais novos nomes do rap brasileiro. Show lotado, jovens cantando suas músicas e fila para tirar fotos com o cantor trazido para o Festival de Juventude pelo Coquetel Molotov. Com apenas dois anos de estrada, o artista natural de Nazaré da Mata é um dos destaques do PE Squad (selo musical pernambucano) e prepara seu primeiro álbum de estúdio. As músicas do rapper pernambucano já somam mais de 200 milhões de acessos e mais de 10 milhões de downloads.
 
"É a primeira vez que me apresento no Molotov e no Festival de Juventude. Fico feliz em tocar num evento voltado aos jovens, que são a maior parte do meu público", disse o cantor que ousou misturar músicas sertanejas com raps conhecidos dele, como Jamais, Saudade e Escama, assim como o mais novo hit, Eu tô bem.
 
Muita gente foi para o festival especialmente para assistir ao show de Luiz Lins, como a estudante Alice Luísa do Nascimento, 14 anos, que mora no Alto José do Pinho. "Soube do festival através de amigos e depois vi posts no Facebook. Foi a primeira vez que vim e gostei muito. Sou fã de Luiz Lins e vim especialmente pra vê-lo", disse a garota.
 
A cantora, compositora e instrumentista Isaar fechou a noite cantando músicas dos seus três discos, inclusive “Todo Calor”, o último lançamento, de 2014. "Sempre tive curiosidade de entrar nesse parque porque ele é lindo. Achei bacana trazer o Festival de Juventude pra cá. E também achei legal essa junção do Coquetel Molotov com o Festival de Juventude", disse a cantora que está produzinho seu quarto CD. A jovem começou a carreira em 1995 como brincante no Maracatu Piaba de Ouro, fez parte da banda Comadre Fulozinha e integrou projetos como a Orquestra Santa Massa, com o DJ Dolores, gravou com Siba e A Fuloresta, Mundo Livre S/A, Eddie e Cidadão Instigado.
 
Outra atração do Festival de Juventude foi o Grupo Cores Femininas, que faz parte do Movimento Social e Cultural Cores do Amanhã. O coletivo de mulheres que usa o Hip Hop para alcançar a cidadania e potencializar o protagonismo feminino passou várias mensagens de resistência, combate ao machismo, ao racismo e outras formas de preconceito.
 
Também se apresentaram no Parque da Macaxeira a Nação de Maracatu Estrela Brilhante, um dos grupos afro mais tradicionais do estado de Pernambuco. Fundada em 1906, no Alto José do Pinho, a Estrela Brilhante carrega os fundamentos da religiosidade de matriz africana, de tradição Nagô em Pernambuco, sob a coordenação da Rainha Marivalda. 
 
Além das atrações oficiais divulgadas pela PCR, o festival também abriu espaço para a apresentação cultural de jovens recifenses. A Secretaria Executiva de Juventude do Recife (Sejuv) selecionou, por meio de um edital, expressões artísticas juvenis para incentivar e dar visibilidade ao trabalho artístico de jovens, de forma individual ou coletiva, nas diversas linguagens desenvolvidas nos diferentes territórios da cidade do Recife.
 
Um dos três selecionados foi o jovem cantor e guitarrista de Santo Amaro Fernandes, 27 anos, que levou ao Festival de Juventude as músicas de seu primeiro disco solo: Bonanza. O álbum venceu o Prêmio da Música de Pernambuco na categoria Melhor álbum pop. "Tô muito feliz de estar aqui ocupando esse espaço e trazendo, através da música, uma mensagem de empatia, falando da importância de a gente conviver com o diferente. Esse é o papel do artista", defendeu Fernandes.
 
O outro aprovado no edital da seleção foi o Ipueira Coco de Rua - grupo formado por jovens brincantes e moradores da Iputinga. Eles apresentaram o álbum que leva o nome do grupo, lançado em março de 2017. O terceiro grupo de jovens aprovado para o Festival de Juventude foi a Companhia de Dança Nativos, da ONG Centro Educacional Popular Saber Viver, da Ilha de Deus, Imbiribeira. A companhia de dança é formada por crianças e jovens que são filhos de pescadores da comunidade. O grupo usou as linguagens do teatro e da dança para apresentar ao mundo a cultura pernambucana e falar da Ilha de Deus. 
 
Outro ponto alto do festival foi a apresentação de dança dos jovens do Compaz Eduardo Campos com um trecho da peça “Tereza: uma luz chamada resistência”. O espetáculo mistura frevo, afoxé, capoeira, hip hop, maracatu e outros ritmos para homenagear figuras e grupos que marcaram história e deixaram seu legado no Alto Santa Terezinha, além de passar mensagens de defesa da cultura de paz.
 
Durante todo o evento deste sábado, a discotecagem ficou por conta do DJ Big, produtor cultural e educador social do Compaz, e da Rádio Libertadora, projeto idealizado por Eduardo Pontual, integrante do coletivo BoiKOT, que mistura música eletrônica com ritmos brasileiros.
 
Para a secretária de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife, Ana Rita Suassuna, a segunda edição do festival superou as expectativas da Prefeitura do Recife. "Nos três dias de programação, mais de cinco mil jovens participaram das atividades. Eles atenderam à nossa convocação. Isso também é um reflexo da primeira edição do Festival, ano passado, que foi muito bacana. O evento vai se consolidando, amadurecendo, nós vamos ampliando as parcerias. Essa edição do festival foi muito além das nossas expectativas. Esperamos que o evento entre de vez no calendário da cidade", avaliou a gestora, que acompanhou as apresentações deste sábado junto com Camila Barros, secretária-executiva de Juventude do Recife.
 
Ana Garcia, produtora do Coquetel Molotov, vibrou com o resultado deste segundo ano de parceria com o Festival de Juventude do Recife. "O evento parece que triplicou. Muito bom ver esse parque completamente lotado e a comunidade bem mais participativa".