Algas são encontradas na bacia do Pina e no estuário dos rios Capibaribe e Beberibe
A vegetação, que formou uma grande mancha verde na Bacia do Pina nas imediações do Cais José Estelita, é formada por dois tipo de algas marinhas. A constatação foi feita, na manhã desta quinta-feira (04), através de uma ação realizada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Prefeitura do Recife, com o apoio da Brigada Ambiental e o departamento de Biologia da Faculdade Frassinetti do Recife – Fafire. A expedição também constatou o aparecimento dessas plantas no estuário dos rios Capibaribe e Beberibe.
Uma das algas identificadas foi a Ulva sp, mais conhecida como Alface do Mar (nome vulgar). Ela foi encontrada em grande quantidade no banco de areia em frente ao Cais José Estelita. “É normal encontrar esse tipo de alga em área de estuário como na Bacia do Pina. O que não é comum é a quantidade existente aqui e o tamanho de suas folhas. Chamamos esse tipo de fenômeno de Maré Verde”, explica a professora da Fafire e doutora em Botânica, Paula Fortunato.
De acordo com ela, a planta não é tóxica nem representa perigo à população. “A Alface Verde é uma indicadora de má qualidade da água, de ambientes poluídos. Mas, não representa morte de peixes nem perigo a pessoas. De certa forma, até possui papel ecológico positivo, pois é um local usado para reprodução de diferentes espécies. Aqui, isso já está acontecendo. Os pescadores têm falado sobre o aumento da população de sururu”, detalhou.
O grupo achou outra espécie de alga no mesmo banco de areia, mas não foi possível fazer sua identificação. Como existem muitos tipos de algas semelhantes, será necessário submetê-la a uma análise laboratorial. A Alface Verde encontrada lá também vai passar por exames mais minuciosos. A intenção é descobrir a classificação completa das duas plantas. Todas as amostras coletadas serão fruto de pesquisas nos laboratórios da Fafire.
Segundo o secretário executivo de Controle Ambiental da SMAS, Carlos Ribeiro, esse foi apenas o primeiro passo, outras pesquisas deverão ser realizadas. “Historicamente, não havia a ocorrência dessas plantas. Foi algo que surgiu nos últimos quatro meses. Por isso, entramos em contato com a equipe da Fafire para fazer a identificação das algas. Na sequência, pensamos em fazer uma segunda investida para avaliar o sedimento”, afirmou.
Ribeiro ressaltou que ainda é cedo para dizer as causas do aparecimento de uma nova vegetação na área. “A partir das ações que estamos realizando, vão surgir evidências e indicativos para estudos mais complexos. O objetivo é identificar se isso é um fenômeno natural ou não; se devemos atuar e quais as medidas a serem adotadas, caso necessário”, elencou.
Estuário dos rios - Mais dois pontos foram alvos da ação conjunta: Rio Capibaribe, por trás do Palácio do Campo das Princesas; e Rio Beberibe, próximo à Ponte do Limoeiro. Neles, os pesquisadores não conseguiram colher amostras, fazendo apenas um reconhecimento visual. Foi constatada a incidência de algas, mas em menor quantidade. Uma nova ação será realizada para a coleta de material nesses lugares.