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| 05.06.14 - 10h00

Diversidade e democratização da comunicação permeiam as propostas para Rádio Frei Caneca

[caption id="attachment_46513" align="alignleft" width="680"] Durante a audiência, muitas contribuições foram feitas para aperfeiçoar o documento apresentado. (Foto: Inaldo Menezes/PCR)[/caption]

Mais de 70 pessoas participaram de audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira (4), na qual foram apresentadas as propostas para o funcionamento da Rádio Frei Caneca – emissora pública municipal em processo de implantação. Na reunião, realizada na Câmara de Vereadores do Recife, artistas, jornalistas, produtores culturais, gestores e demais interessados no tema tomaram conhecimento das 53 proposições elaboradas por Grupos de Trabalho que, durante 16 reuniões, realizadas entre os dias 10 de março e 16 de abril, discutiram os temas Gestão, Financiamento e Programação.

No material apresentado, vários itens buscam orientar a criação de uma emissora pública que respeite a diversidade cultural, social, política, étnica e religiosa nos conteúdos veiculados, bem como a necessidade de uma autonomia financeira e administrativa que possibilite maior liberdade editorial. Para o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Diego Rocha, o debate foi importante para a implementação da Frei Caneca FM. “O documento trazido aqui vai nortear a implantação da emissora. Estamos trabalhando na licitação dos equipamentos de transmissão, e o edital será lançado até o final de junho. Lançada esta licitação, vamos focar na aquisição da infraestrutura do estúdio e na contratação de pessoal para que a Rádio esteja no ar no segundo semestre”, disse.

Durante a audiência, muitas contribuições foram feitas para aperfeiçoar o documento apresentado. De acordo com o gerente de Música da FCCR, Patrick Torquato, que coordenou as reuniões dos Grupos de Trabalho, deverá ser realizado mais um encontro para conclusão das propostas. “Concordamos com os presentes de convocar mais uma reunião dos GTs pra que a gente possa amarrar algumas redações que ficaram soltas, e também acrescentar sugestões pertinentes feitas durante a audiência”, explicou. Torquato também esclareceu que o estúdio da emissora municipal irá funcionar num edifício da Rua Domingos José Martins, no Bairro do Recife, enquanto a antena será instalada no edifício sede da Sudene, no Engenho do Meio.

Um dos participantes que pediu a palavra foi o integrante do Centro Cultural Luiz Freire, Renato Feitosa, que refletiu sobre a importância da regulamentação da comunicação. “A nossa constituição tem quatro artigos que tratam da comunicação social, mas que não correspondem à realidade do nosso país. Esperamos que a Frei Caneca seja uma emissora que siga os princípios tão preciosos que estamos colocando aqui e que venha a compor um sistema de emissoras públicas de comunicação”, falou.

Além dos gestores da Prefeitura do Recife, a mesa da audiência pública foi composta também pela representante da ONG Auçuba – Educação e Comunicação, Rosa Sampaio, pelo integrante da Central Única das Favelas (CUFA), Cesar Cronembold, pela professora de Radialismo, Nice Lima, pela representante da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Teca Carlos, e pela vereadora que propôs a audiência pública, Isabella de Roldão, integrante da Comissão de Educação, Cidadania, Justiça e Diversidade.