NOTÍCIAS

Cultura | 08.08.14 - 16h53

SecMulher realiza roda de diálogo sobre a Lei Maria da Penha em escola na Imbiribeira

[caption id="attachment_47997" align="alignleft" width="680"] Sílvia Cordeiro iniciou a roda de diálogo apresentando as ações e funções da Secretaria da Mulher do Recife para o combate ao feminicídio. (Foto: Inaldo Lins/ PCR)[/caption]

Na última quinta-feira (7), a Secretaria da Mulher do Recife promoveu uma roda de diálogo para a turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da escola municipal Inês Soares de Lima, no bairro da Imbiribeira. O evento teve como objetivo apresentar o resultado da ação Maria da Penha vai à Escola: Construindo a Igualdade e comentar sobre os avanços da Lei Maria da Penha, que completou oito anos de atuação. Participaram da reunião a secretária da mulher do Recife, Sílvia Cordeiro,a coordenadora e educadora social do Maria da Penha vai à Escola, Socorro Bento, o promotor de justiça da I Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher do Recife, João Maria, a diretora da unidade escolar, Ana Maria, e a sub-gestora da escola, Keyla Beltrão.

Sílvia Cordeiro iniciou a roda de diálogo apresentando as ações e funções da Secretaria da Mulher do Recife para o combate ao feminicídio. "Nós somos uma secretaria que é um órgão que vai cuidar da política de gênero da cidade e estamos enfrentando a violência de gênero. Estamos aqui num dia emblemático para as mulheres, na promulgação da Lei Maria da Penha. Hoje, fazem oito anos que a sociedade brasileira, o Estado brasileiro e as mulheres brasileiras convivem com este marco, uma grande conquista das mulheres. Há oito anos há uma estrutura que protege a integridade física, moral, e sua integridade como cidadã. Esse encontro é muito mais do que uma palestra, é pra gente celebrar e tirar dúvidas. Fortalecer a conquista de todas nós", disse.

Em sua fala, Socorro comemorou a primeira etapa da ação que visa a construção da igualdade de gênero e o fim do preconceito nas escolas municipais. Nos primeiros meses, 16 escolas foram contempladas, mais de 800 alunos foram beneficiados e 48 oficinas lúdico-educativas foram realizadas. "Realizamos atividades como teatro, contação de histórias e desenhos. O conteúdo tratava de igualdade de gênero, Lei Maria da Penha e enfrentamento à violência. Começamos a construir conteúdos com as crianças, com a realidade do cotidiano, como é em casa, na casa do vizinho, que tipo de violência enfrentam", comentou. Até o final do ano, 67 unidades escolares participarão da ação.

Após a apresentação, João Maria reforçou a importância das ações que promovam a Lei e colocou à disposição os cursos e oficinas do Ministério Público sobre enfrentamento à violência de gênero. "Traremos isso aqui para vocês. Cursos, peças de teatro, oficinas. Queremos nos unir a causa", relatou. O promotor tirou as dúvidas dos alunos e alunas sobre a legislação que protege as mulheres do feminicídio. A advogada do Centro de Referência Clarice Lispector, Magali Cunha, explicou sobre as medidas protetivas e o processo de abrigamento em caso de risco de morte. Após as explanações, a aluna da quarta série do EJA, Josélia Lima, de 59 anos, entendeu o funcionamento da Lei. "Eu já tinha ouvido falar, mas não sabia direito como funcionava. Tinha muito medo. Acho que esse projeto que querem trazer para a escola pode ajudar muito a combater a violência que está demais", falou.

Para finalizar o debate, Ana Maria, a diretora do colégio, ressaltou a importância de levar para dentro da unidade ações que combatam preconceitos e promovam equidade entre alunos e alunas."É fundamental promover a conscientização sobre a violência dentro dos lares, dentro da escola. Lembrando que nas camadas populares é fato que a violência é crescente, mas que é uma realidade em todos os lares e não só nas camadas populares. Então, é importantíssima essa conscientização do respeito ao outro e nós trabalhamos com os projetos didáticos voltados para estas questões. No enfoque agora, é a questão da mulher. Nosso projeto político-pedagógico permeia toda essa questão respeito, inclusive sobre a violência doméstica, sobre bullying na escola etnia, preconceito em geral", disse.A pedido da diretoria, o colégio receberá o projeto ainda este ano.

MARIA DA PENHA VAI À ESCOLA - De 11 a 14 de agosto, as 16 escolas que fizeram parte da primeira etapa do projeto farão apresentações, para os pais e a comunidade escolar com o resultado das oficinas lúdico-pedagógicas. Teatro, músicas e um cordel trazem elementos aprendidos pelos alunos e alunas sobre igualdade de gênero e fim ao preconceito.