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Saúde | 09.04.19 - 21h05

Médicos do Recife se reúnem para debater o enfrentamento à sífilis

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Seminário promovido pela Prefeitura do Recife trouxe um panorama da situação municipal e orientações para o manejo clínico da doença (Foto: Cortesia)

 

Cerca de 200 médicos da rede municipal e outros profissionais da Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife participaram, nesta terça-feira (9), no auditório do Banco Central, em Santo Amaro, do seminário “A atuação dos médicos da Atenção Básica à Saúde na resposta à sífilis: fortalecendo ações de cuidado no território”. O encontro foi promovido pela Prefeitura do Recife, em parceria com o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e com o apoio do Projeto “Sífilis Não”, do Ministério da Saúde (MS).

Segundo dados do Boletim Epidemiológico de Sífilis do MS, entre 2007 e 2018, o Recife registrou 7.737 casos de sífilis adquirida, 2.367 casos em gestantes e 4.720 casos de forma congênita (transmitida da mãe para o filho). Para a diretora-executiva de Regulação, Média e Alta Complexidade do Recife, Eliane Germano, este cenário demanda uma estratégia de enfrentamento que aproxime todas as categorias de profissionais da saúde, a fim de não só identificar e tratar com maior rapidez a ocorrência da doença, como também preveni-la.

“Desde 2017, a Prefeitura do Recife criou um grupo intersetorial de trabalho para capacitar os diversos profissionais da rede municipal de saúde (não só os médicos), da atenção básica à alta complexidade, para que juntos pensemos estratégias para reduzir a incidência da patologia, melhorando a situação geral de saúde da população”, esclareceu Eliane.

Além de traçar um panorama da sífilis na capital pernambucana, o seminário trouxe orientações para o manejo clínico da doença, com apresentação do coordenador do Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)/ Aids do município, Alberto Silva, e da médica do Cremepe Luiza Menezes. Em outubro de 2018, a Sesau promoveu evento semelhante, só que voltado a cerca de 500 enfermeiros e técnicos de enfermagem da PCR.

Participante do evento, a médica da família Verônica Cisneiros acredita que o seminário contribui para a mudança do cenário da sífilis na cidade. “O diagnóstico e tratamento dessa doença já existem há muitos anos, mas precisamos sempre abordar esse tema com os colegas para que, no processo do trabalho, as pessoas se organizem de modo a enfrentar o problema não só na gravidez, mas também no acompanhamento da criança. Só assim atingiremos o tão esperado nível de prevenção”, opinou a profissional da rede municipal do Recife.

DOENÇA - A sífilis é uma doença infectocontagiosa transmitida, principalmente, por via sexual, cujos casos têm aumentado em todo o Brasil. O agente causador é a bactéria Treponema pallidum, e o sintoma mais comum é uma ferida indolor na região genital. A sífilis é uma doença crônica de fácil tratamento com antibióticos.

A Prefeitura do Recife possui 131 unidades de saúde que realizam testagem rápida para sífilis, além dos testes que são feitos em mutirões e eventos como o Carnaval. A Secretaria Municipal de Saúde atua de forma incisiva no pré-natal das gestantes, com uso da penicilina (utilizada há mais de 70 anos com sucesso contra a sífilis), quando necessário, e também na tentativa de trazer para a rede municipal a população masculina da cidade.