Praça do Arsenal celebra cultura e gastronomia afro
Na noite deste sábado (8), a 7ª Exposição Culinária Afrobrasileira no Ciclo Junino levou público a dançar e descobrir sabores no Bairro do Recife. (Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR).[/caption]
Caruru, vatapá, amalá, angu e outros quitutes deliciaram os participantes da 7ª Exposição Culinária Afrobrasileira no Ciclo Junino na noite deste sábado (8), no polo Praça do Arsenal do São João do Recife 2013. Em homenagem a Xangô, divindade do trovão e da justiça, representantes de mais de 300 terreiros do Recife e também membros de outras religiões celebraram uma noite pelo respeito e contra o preconceito.
Durante a celebração, dez barracas de diferentes terreiros distribuíram 5 mil porções de pratos da gastronomia afro que têm muito a ver com as tradicionais comidas juninas. Uma das mais pedidas era o mungunzá, cujo nome vem do idioma africano quimbundo e quer dizer milho cozido. "Esta é a comida da fartura", explicou Maria Helena Mendes Sampaio, do terreiro de Mãe Amara de tradição Nagô Ilê Obá Aganjú Okoloyá, em Dois Unidos.
Os festejos começaram com o Adúrà, reza aos ancestrais com cânticos a Exu, uma das principais divindades das religiões de matriz africana. A união de religiosidade e gastronomia ajuda a quebrar preconceitos, diz a coordenadora do evento, a ialorixá mãe Elza de Yemojá. "Aqui as pessoas conhecem a tradição pelo sabor e pela arte. É um momento de confraternização também com outros credos", ressaltou.
O estudante de história Jeffrey Aislan de Souza, 22 anos, é espírita e foi pela primeira vez à exposição. Saiu maravilhado. "Gosto muito do hibridismo de culturas e sempre me interessei pela cultura de matriz africana", comentou. A secretária executiva de Direitos Humanos da Prefeitura do Recife, Elizabete Godinho, frisa que o evento é uma importante ação afirmativa. "Está inserido no contexto das garantias dos direitos da população afrobrasileira."
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