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Mobilidade | 09.11.23 - 17h28

Comportamento no trânsito: Recife inicia nova rodada de pesquisas para avaliar fatores de riscos de sinistros graves

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Desde 2020, a Universidade Johns Hopkins (EUA) realiza observação do trânsito no capital para recomendar políticas públicas aos eixos de fiscalização, comunicação e educação, além da infraestrutura viária (Foto: Cortesia)

Observando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que o excesso de velocidade é o principal fator de risco para sinistros de trânsito graves, a Prefeitura do Recife, em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global (BIGRS), realizará uma nova pesquisa observacional para medir o respeito às velocidades regulamentadas nas vias da cidade. Os trabalhos, que serão comandados pela Universidade Johns Hopinks (EUA) e pela Universidade do Ceará.

A última rodada desta pesquisa foi realizada em abril de 2023 e identificou que o índice de respeito à velocidade regulamentada tem aumentado. Em novembro de 2020, 37% dos veículos excediam a velocidade, já em abril de 2023, esse número foi para 24%. “Apesar do aumento do respeito, identificamos a necessidade de realizar políticas de adequação à velocidade máxima regulamentada nas vias porque isso significa que ¼ dos condutores ainda desrespeitam. Por isso, fazemos um alerta de respeito à vida - o excesso de velocidade é uma escolha que pode colocar todos ao redor em grande perigo, então fazemos esse apelo e intensificamos as políticas para adequar as vias com mais segurança para as pessoas”, destaca a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.

"A pesquisa não tem o objetivo de fiscalizar e gerar notificações de trânsito para os condutores, mas sim de identificar comportamentos em áreas específicas para recomendar políticas públicas de segurança viária. E é importante, ainda, porque ela é realizada continuamente, então, além de identificarmos os comportamentos inseguros, também conseguimos medir a eficácia das ações feitas pela gestão de trânsito na cidade para potencializar os resultados dessas atividades e, com isso, salvar vidas no trânsito", explica Caio Torres, pesquisador da UFC e consultor de gestão de dados da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global.

A Organização Mundial da Saúde alerta que, em países de alta renda, a velocidade é o principal motivo para para aproximadamente 30% das mortes nos trânsito, enquanto em países de baixa e média renda, a velocidade contribui para metade das mortes no trânsito. Isso porque, quanto mais rápido um veículo estiver trafegando, maior será o impacto do sinistro. Por isso, a velocidade excessiva aumenta não só o risco de ocorrência do sinistro, quanto a sua gravidade. Em um atropelamento a 70 km/h, a chance de morte é de quase 100%, já em um atropelamento a 50 km/h, a chance de morte cai para 60% e a 30 km/h, chega a 10%.

A pesquisa de excesso de velocidade é uma iniciativa do eixo da gestão de dados da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) para munir de informações setores como a comunicação e a educação para o trânsito, a fiscalização e a infraestrutura viária. Constantemente, os agentes de trânsito realizam blitze em diversos horários e locais da cidade para observar os fatores de risco dos veículos e orientar os cidadãos sobre as condutas seguras do trânsito. Além disso, o eixo de comunicação realiza campanhas de mídia de massa e com diversos públicos - como motoristas de ônibus e motociclistas - para fomentar a mudança de comportamento. Para controlar a velocidade nas vias, o setor de infraestrutura viária mapeia locais com sinistros de trânsito e com excesso de comportamento inseguro para implantar áreas de trânsito calmo e dar mais segurança viária a todos os atores, especialmente pedestres, como foi feito na Praça Miguel de Cervantes, na Ilha do Leite, e no entorno do Zoológico, em Dois Irmãos, onde a velocidade máxima regulamentada foi de 30 km/h.