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| 10.06.15 - 16h49

Jovens carentes de Santo Amaro são submetidos ​ao​ diagnóstic​o​ de hanseníase

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Foram realizados exames dermatológicos e palestras educativas sobre a doença. (Foto: Divulgação)

 

Trezentos alunos que frequentam o Centro da Juventude de Santo Amaro, localizado na Av. Norte, tiveram a oportunidade de participar da Campanha de Busca Ativa de Casos de Hanseníase, na manhã desta quarta-feira (10)​, numa ação, realizada pela Secretaria de Saúde do Recife. Profissionais de saúde procuraram nos alunos mancham suspeitas da doença.

Geise Romeu de Amâncio, 25 anos, aluna do curso de bordado, se preocupou e foi fazer a verificação logo. “Nunca apareceu nada em mim, mas já estou no sétimo mês de gravidez e não vou vacilar”, disse. Alexandre Fernando Moura, 23 anos, também realizou o exame. “Ainda bem que não tenho, mas, se eu tivesse, não ficaria com medo, porque sei que tem como tratar”, falou.

Márcia Nunes da Silva, 26 anos, foi diagnosticada com grau 1 de incapacidade física. Disse que vai seguir o tratamento rigorosamente. “Há dois anos, comecei a ter dificuldade para andar e até mesmo para levantar um prato, mas nem desconfiava que fosse essa doença. Vou buscar meus remédios hoje mesmo”, explicou.

Para a médica do Programa de Saúde da Familia (PSF), Valeska Berardo, o diagnóstico precoce da hanseníase evita o avanço e as complicações da doença. “O ​período para o ​tratamento via oral varia de seis meses a um ano de acordo com a gravidade. E é importante destacar que a fisioterapia auxilia bastante na recuperação motora”, acrescentou. O acompanhamento do tratamento pode ser realizado na Unidade de Saúde da Família mais próximo do usuário ou em unidades especializadas.

Para Elaine Holanda, coordenadora do Programa de Controle da Hanseníase, da Prefeitura do Recife, a ação é destinada às pessoas mais carentes, levando informações que facilitam o diagnóstico precoce da doença e acelera o acesso ao tratamento.

Na ocasião, também foram realizadas palestras educativas com orientações sobre transmissão, sinais de alerta e onde buscar atendimento para a doença. O coordenador do Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Gildo Bernardo, falou que muita gente ainda não tem tanta informação sobre a Hanseníase, e, por isso, não procuram ajuda. “A palestra esclarece de forma direta e simples para que todos tenham mais atenção e cuidado com as alterações no corpo”, afirmou Gildo.

Dados - Em 2014, Recife notificou 476 casos novos na população geral, sendo 18,77% dos casos de Pernambuco. No mesmo ano, Recife notificou 47 casos novos em menores de 15 anos de idade, representando 18% dos casos do Estado.