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Educação | 10.11.16 - 11h05

Alunos da rede municipal do Recife expõem trabalhos na Ciência Jovem até sexta

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Realizada pelo Espaço Ciência, a feira reúne 270 projetos de todos os estados do Brasil e de outros cinco países (Foto: Lú Streithorst/PCR)

 

Telhado Verde, sistema de irrigação, uso consciente de água da chuva, fotografia, controle da obesidade e um teleférico feito com robótica. Esses foram apenas alguns temas dos 26 trabalhos apresentados pelos estudantes da rede municipal de ensino do Recife na 22ª edição da Ciência Jovem, uma das maiores feiras de ciências do País, que começou nesta quarta (9) e vai até a sexta-feira (11), no Paço Alfândega. Realizada pelo Espaço Ciência, a feira reúne 270 trabalhos de todos os estados do Brasil e de outros cinco países.

Com o trabalho "Pedala que vai: uso consciente da água da chuva", a equipe da Escola Municipal em Tempo Integral (EMTI) Divino Espírito Santo demonstrou o sistema de irrigação aplicado na horta da unidade de ensino. "Na escola, captamos a água da chuva com calhas e a guardamos num reservatório de PVC, que está sendo trocado por uma cisterna. Para irrigar a horta, usamos uma bomba movida com a força dos pedais de uma bicicleta. Quando alguém pedala, puxa a água do reservatório", explica o aluno Victório Souza. De acordo com ele, é um sistema de irrigação sustentável, movido à força dos músculos.

Autores do trabalho "A Importância do Telhado Verde", os alunos Thiago de Melo e Anna Ayomi, da Escola Municipal Reitor João Alfredo, elaboraram maquetes para demonstrar a importância de implantar vegetação nos telhados dos prédios. "O Telhado Verde é uma técnica de arquitetura que gera áreas verdes nos tetos dos edifícios. As principais vantagens são a diminuição de gás carbônico na atmosfera, a captação de água da chuva e a redução da temperatura, com menos alagamentos e ilhas de calor", explica Thiago.

"Visitamos um bar na área central do Recife que tem o Telhado Verde, inclusive com pés de acerola, laranja, jaboticaba e limão, e o prédio do Softex, onde a técnica é usada como área de lazer. A ideia tem 80% de vantagens. As únicas desvantagens são o custo de manutenção e o risco de infiltração, que pode ser resolvido por um arquiteto", complementa Anna Ayomi, acrescentando que a Lei 18.112/2015 (proposta pela atual gestão municipal) determina que todo prédio com mais de quatro andares deve ter o Telhado Verde.

Os alunos André Victor e Carlos Alberto Silva, do 9º ano da Escola Municipal Antônio de Brito Alves, usaram os conhecimentos que adquiriram nas aulas de robótica para projetar um "regador" inteligente, feito com blocos de encaixe da Lego, que só derrama a água no local adequado. "O robô tem um sensor ultrassônico que detecta a presença da planta e a rega da maneira correta. É um protótipo pequeno, mas o mecanismo pode ser usado num jardim de verdade, com peças maiores", explicam os estudantes. A ideia do trabalho, intitulado "Água: um bem precioso", surgiu durante um passeio no barco-escola da Secretaria de Educação do Recife.

Também da Escola Municipal Antônio de Brito Alves, as estudantes Isis Costa e Joyce Bezerra apresentaram o trabalho "Fotografia e cinema: luz e imagem em ação", em que estudaram a história da fotografia e conseguiram criar equipamentos reais, como câmara escura e caleidoscópio. "A ideia surgiu numa aula de Artes, em que todos estavam tirando selfies. Descobrimos que o início da fotografia foi na época de Aristóteles, na Grécia Antiga, que observou a luz de um eclipse passando por um buraco da folha e se projetando no chão", afirmam. Elas também fizeram demonstrações de imagens em 3D e usaram um tablet para criar um reprodutor de hologramas, feito de plástico, capaz de projetar imagens da tela do equipamento eletrônico.

Quem também usou os conhecimentos adquiridos nas aulas de robótica na Ciência Jovem foram os estudantes Jefferson Pessoa e Julio Cezar dos Santos, da Escola Municipal Arquiteto Alexandre Muniz de Oliveira, que apresentaram o trabalho "Teleférico no Morro". Usando peças de encaixe da Lego, programaram um bondinho motorizado que circula, pendurado num fio, entre dois pontos. "Seria ótimo se nossa comunidade tivesse um meio de transporte como esse, que é adequado a idosos, deficientes físicos e gestantes", afirmam os alunos.

A preocupação com a saúde foi o que gerou o interesse das alunas Juliana Lemos e Beatriz Vasconcelos, da Escola Municipal Rodolfo Aureliano, pelo estudo do Índice de Massa Corporal (IMC), medida internacional usada para calcular se uma pessoa está no peso ideal. "Elas decidiram avaliar como estava a obesidade na escola. Foram de sala em sala, com balança e fita métrica, avaliando as medidas de quase 200 estudantes. E lançaram uma campanha de conscientização, para melhorar a alimentação dos alunos", explica a professora Juliana Borges. No estande da Ciência Jovem, a equipe apresentou uma tabela com a pirâmide alimentar, em que listava os alimentos necessários a uma boa nutrição.

Os trabalhos da rede municipal de ensino envolvem a participação de 46 estudantes e 26 professores, que terão a oportunidade de apresentar as pesquisas desenvolvidas em sala de aula, que vêm fomentando a cultura científica e a melhoria das práticas pedagógicas. A seleção para inscrição na Ciência Jovem foi feita pela Secretaria de Educação do Recife com base na Feira de Conhecimentos da rede municipal.