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Cultura | 12.02.13 - 09h13

Tambores silenciosos encantam o público no Centro do Recife

Noite dos Tambores Silenciosos (Foto: Jorge Luiz / PCR) Noite dos Tambores Silenciosos (Foto: Jorge Luiz / PCR)

No mesmo local onde vários negros africanos foram comercializados e vendidos na época da escravidão no Brasil, o som dos tambores, alfaias, gonguês, tarois e ganzás relembraram e celebraram a luta dos ancestrais negros, na noite de hoje (12/02), no Centro do Recife. A tradicional Noite dos Tambores Silenciosos reuniu 26 nações de maracatu de baque virado no Pátio do Terço, com grande número de expectadores. O prefeito Geraldo Julio e o governador Eduardo Campos participaram da celebração, juntamente com diversas autoridades e artistas pernambucanos.

Geraldo Julio e a primeira-dama, Cristina Mello, prestigiam evento (Foto: Andréa Rêgo Barros / PCR) Geraldo Julio e a primeira-dama, Cristina Mello, prestigiam evento (Foto: Andréa Rêgo Barros / PCR)

“De tantas manifestações culturais que temos no Recife, esta (cultura africana) é muito marcante. Este é um momento muito bonito, carregado de emoção e fé”, disse o prefeito do Recife. Com ele marcaram presença no evento o secretário de Turismo e Lazer, Felipe Carreras, a secretária de Cultura, Leda Alves, o presidente da Fundação de Cultura, Roberto Lessa, os secretários estaduais, Milton Coelho, Danilo Cabral, Antônio Figueira e os artistas Lenine e Naná Vasconcelos.

Noite dos Tambores Silenciosos (Foto: Jorge Luiz / PCR) Noite dos Tambores Silenciosos (Foto: Jorge Luiz / PCR)

Comandada pelo Babalorixá Raminho de Oxossi, a celebração começou às 20h com a apresentação das nações de maracatus. À meia-noite, como tradicionalmente acontece desde a década de 1960, as luzes do Pátio se apagaram e o grande momento da cerimônia se iniciou aos sons dos tambores e rezas cantadas em dialeto africano. “Oferecemos as rezas para os nossos ancestrais mortos e relembramos a luta nos negros africanos na época da escravidão”, afirmou o Babalorixá.

Para o governador Eduardo Campos, este é um momento para falar sobre a realidade que ainda existe no Brasil, de preconceito e discriminação com os negros. “Os tambores silenciosos falam sobre a grande dívida que o país tem com o povo africano. Ainda precisamos vencer a discriminação. Hoje estamos aqui para aplaudir esta cultura que tem o reconhecimento do nosso governo”, afirmou. Após o término da cerimônia, Geraldo Julio e Eduardo Campos seguiram para o Marco Zero para assistir ao show do sambista Paulinho da Viola, que começou por volta da uma da madrugada.

Liberato Costa Jr é homenageado pela escola de samba Unidos do Escailabe (Foto: Andréa Rêgo Barros / PCR) Liberato Costa Jr é homenageado pela escola de samba Unidos do Escailabe (Foto: Andréa Rêgo Barros / PCR)

Homenagem – antes de chegar na cerimônia dos Tambores Silenciosos, o prefeito do Recife e o governador de Pernambuco foram até a avenida Nossa Senhora do Carmo com o objetivo de parabenizar o vereador Liberato Costa Jr., homenageado pela escola de samba Unidos do Escailabe. O ex-vereador Liberato tem 94 anos, já exerceu diversos mandatos e é considerado referência em política municipal.