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Cultura | 13.12.12 - 12h08

Livro relaciona mulheres que fizeram história e são nomes de ruas do Recife

[caption id="attachment_29550" align="alignleft" width="334"] Nomes que Fazem uma Cidade. Foto: Lú Streithorst[/caption]

Auta de Souza, Bernadete Xavier Gomes, Carmem Souza Leão, Cristina Tavares. Quem são essas mulheres que nomeiam ruas, praças e outros espaços públicos do Recife? Para identificá-las, a Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Cidadã (SDHSC), em parceira com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, catalogou os 561 logradouros femininos da capital pernambucana com uma breve biografia de algumas delas no livro Nomes que Fazem uma Cidade.

A secretária de Direitos Humanos e Segurança Cidadão, Amparo Araújo, acredita que o material reúne um histórico das diversas contribuições da sociedade feminina para o desenvolvimento do Recife. “É muito importante para a identidade da nossa cidade saber o porquê dessas mulheres terem sidos escolhidas para ter seus nomes imortalizados em logradouros do município. Considerando assim, as contribuições dessas pessoas para terem seus nomes imortalizados,” comentou a secretária da SDHSC.

Segundo os dados da pesquisa, a atribuição do nome de mulher dado aos logradouros foi escolhida, em geral, pela relação com os homens ou familiares que tinham algum destaque na sociedade. Poucas receberam uma homenagem por contribuições próprias, por talentos, ou iniciativas, o que significa uma profunda invisibilidade da mulher no espaço público.

Apesar de serem maioria da população da cidade, as mulheres possuem um modesto reconhecimento pelos seus feitos. O total de logradouros do Recife equivale a 11.761, sendo apenas 561 aqueles que levam nomes de mulher. Desses, 428 nomes de ruas e mais 133 logradouros entre Avenidas (07), Beco (01), Parque (01), Praças (25), Refúgios (04), Subidas (05), Travessas (81) e Vilas (08).

Uma modificação desses números pode significar mais nomes de mulheres fazendo a história da cidade, para além da interpretação dos dados estatísticos. Serão militantes políticas, lideranças comunitárias, médicas, poetisas, professoras, jornalistas, que irão fortalecer a discussão da desigualdade de gênero e da conquista de direitos.