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Cultura | 13.12.12 - 16h03

Recife conta com nova tecnologia para reciclagem de isopor

Uma máquina instalada em uma cooperativa de catadores na Torre fará o processamento do material

Por Mauro Rossiter

[caption id="attachment_29569" align="alignleft" width="334"] O Recife é a primeira capital brasileira a usar este equipamento. Foto: Luciano Ferreira[/caption]

Foi apresentada na manhã desta quinta-feira (13), no Sindicato da Construção Civil de Pernambuco (SINDUSCON-PE), bairro da Ilha do Leite, uma nova tecnologia de reciclagem de isopor. A Prefeitura do Recife e as empresas Meiwa e Macropac fecharam uma parceria para implementação de um maquinário capaz de reduzir este material em até 95% de seu volume inicial, deixando-o pronto para a reciclagem. O Recife é a primeira capital brasileira a usar este equipamento.

Instalado na cooperativa de catadores COOPRECICLATORRE - mantida pela Prefeitura do Recife através da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) - e pronto para entrar em funcionamento, o equipamento tem capacidade de processar até 90 kg de Isopor por hora, utilizando uma temperatura de 150° Celsius, compactando o material com a retirada de 95% de seu volume original. “Essa foi uma oportunidade que vislumbramos para ter a alternativa para esses resíduos que se encontram no meio ambiente. Antes, havia dificuldades tecnológicas para tratar o Isopor, mas que se desfazem com a chegada desse equipamento, trazendo benefícios para toda a sociedade”, afirmou Luís Siqueira, assessor executivo da Secretaria de Serviços Públicos.

Cerca de 170 catadores serão beneficiados com a venda do produto, que deverá gerar aproximadamente um lucro de R$ 1,00 por quilo processado. “A expectativa é muito boa, porque o nosso problema era recolher o isopor nas empresas, por exemplo, e não ter um lugar para destinar. Agora vai ser possível ter uma renda a mais. Vamos trabalhar a cabeça dos outros catadores para que eles recolham o isopor também”, disse Laudicéia Maria, representante dos catadores do Recife.

Ivam Michautchuk falou que Recife recebeu bem a proposta apresentada pelas empresas que representa, no trato dos resíduos como o isopor. “Queremos agradecer a Emlurb pelo apoio importante de um órgão público nessa questão, coisa que não encontramos em vários outros lugares. Recife soube enxergar esse novo material como um fator para agregar valor, sem esquecer os aspecto social”, concluiu.

A mesa do evento para a apresentação em vídeo da máquina e sua operacionalização foi composta pelo secretário-executivo de Serviços Públicos, Luís Siqueira; pela representante dos catadores, Laudicéia Maria da Silva Santos; e pelo representante das empresas Meiwa e Macropac, Ivam Michautchuk. Também estavam presentes o diretor de Limpeza Urbana, Rodrigo Brayner, e o gerente de Coleta Seletiva, André Penna.

Isopor – O material conhecido como isopor é produzido a partir de polímeros EPS e XPS. Com o processamento do material, cada tonelada reciclada impedirá a derrubada de 13 árvores, pois o material pode ser utilizado na confecção de moldura de quadro e de porta, em substituição à madeira. Uma produção de quatro toneladas por mês, por exemplo, impede a derrubada de aproximadamente 50 árvores por mês ou 600 por ano. A degradação do Isopor no meio ambiente leva, em média, 150 anos.