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Cultura | 14.06.13 - 18h44

Escola Municipal Henoch Coutinho inaugura viveiro com 12 mil mudas de mangue

[caption id="attachment_35301" align="alignnone" width="680"] Biólogo formado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Valmar Corrêa de Andrade, exaltou a iniciativa. (Foto:Luciano Ferreira/PCR)[/caption]

Alunos cultivam plantas de manguezal em estufa dentro da unidade de ensino, em projeto ambiental capitaneado pela ONG Centro Escola Mangue com patrocínio da Petrobras

Doze mil mudas estão sendo cultivadas no primeiro viveiro de plantas de manguezal de uma escola da rede pública do Recife. Alunos da Escola Municipal Engenheiro Henoch Coutinho, em Brasília Teimosa, inauguraram o espaço na manhã dessa quinta-feira (13), com a presença do secretário de Educação do Recife, Valmar Corrêa de Andrade. Levado à unidade de ensino pela ONG Centro Escola Mangue com patrocínio da Petrobras, o projeto ambiental Água Também é Mar reforça, nas crianças, a necessidade de preservar o ecossistema costeiro.

Entre as espécies que crescem no viveiro, estão o mangue vermelho (Rhizophora mangle), o mangue branco (Laguncularia racemosa) e o mangue preto (Avicennia sp). O Viveiro Mangue foi construído junto com professores e alunos do 1º e 2º ano do ensino médio da Escola Estadual João Bezerra, no mesmo bairro. Todos os 312 alunos da Escola Municipal Henoch Coutinho, que atende do 1º ao 5º ano, envolveram-se de alguma maneira com o projeto – desde o plantio das mudas até debates em sala de aula e elaboração de murais e desenhos sobre a vida no mangue.

A intenção é devolver as plantas ao manguezal de Brasília Teimosa, tarefa que será executada pela equipe da João Bezerra, documentada em vídeo e compartilhada com as crianças da Henoch Coutinho. “Estamos fazendo um trabalho de alfabetização ambiental, seguindo preceitos de Fritjof Capra (físico austríaco que atua na educação em ecologia) e da Pedagogia do Afeto de Paulo Freire. A ideia é fazer com que, desde pequenos, os estudantes entendam o que é a educação ambiental, unindo os saberes acadêmicos e populares. Assim, as crianças entendem por que jogar lixo nas águas afeta a sua vida”, explica a professora Luciana Maria da Silva, que lidera o projeto na escola municipal e também faz parte do Centro Escola Mangue.

Biólogo formado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o secretário de Educação do Recife, Valmar Corrêa de Andrade, exaltou a iniciativa da escola e seus parceiros. “Vocês são as pessoas que podem tornar o mundo melhor no futuro. Por isso, estão aprendendo que esse ambiente do mangue é extremamente frágil e precisa que as pessoas cuidem dele. É um ambiente maravilhoso como é o da escola, onde vocês descobrem tantas coisas novas”, disse aos alunos, que o receberam no pátio interno da escola.

O trabalho dos educadores reflete-se na consciência ambiental de estudantes como Maria Vitória, 10 anos, do 4º ano da Henoch Coutinho. Crianças como ela acabam se tornando multiplicadores de informação. “Falei para minha mãe e meu pai sobre como o mangue é importante para a vida da gente”, conta. Cleyton José, 11, também do 4º ano, agora reclama se vê alguém jogando lixo no manguezal. “Lá vivem muitos animais importantes para a vida no mar, como o sururu, o camorim e o marisco”, ensina.

A gestora da Escola Henoch Coutinho, Susana Silva, diz que o objetivo da ação é, acima de tudo, promover a cidadania. “Queremos fazer com que cada criança se sinta cidadã, que cuide do meio ambiente e o respeite. Aderimos ao projeto do Centro Escola Mangue para reforçar esse sentimento de preservação.”