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Cultura | 15.03.16 - 14h09

A história do Recife através do açúcar no Museu da Cidade

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A exposição anual Doc(e) Recife será aberta no próximo sábado (19) (Foto: Alexandre Berzin/Divulgação)

 

Quem era o Recife de ontem, no que ele se transformou no hoje, e qual cidade queremos ter quando a capital pernambucana completar 500 anos?! Para promover esse olhar e reflexão, o Museu da Cidade do Recife abre a partir do próximo sábado (19), sua mais nova exposição anual, que vai remontar a trajetória do município a partir do açúcar. Doc(e) Recife destaca a influência do produto no desenvolvimento urbano e nas relações sociais, além de estimular nos visitantes proposições sobre o futuro da metrópole. O MCR é um equipamento cultural da Prefeitura do Recife.

A mostra envolve textos inéditos, gravuras, mapas históricos, fotografias antigas e atuais, peças arqueológicas, decorativas, utilitárias, animações e filmes, exibindo o passado e presente da cidade. Através de narrativa cronológica e histórica, a exposição pretende abordar a memória dos primeiros habitantes do território (anteriores a 1537), que hoje se faz presente em muitos nomes de ruas, de bairros e nos adornos escultóricos de praças e prédios. 

Será possível relembrar a cultura do açúcar trazida pela colonização portuguesa, forte influência na gastronomia, no comportamento, na arquitetura e urbanismo; e o desenvolvimento da cidade que se construiu a partir da junção das terras dos engenhos de açúcar com um porto exportador de mercadorias. “A civilização do açúcar realmente está entranhada na atualidade, faz parte do nosso cotidiano, seja nos doces que a gente herdou de Portugal, seja nessa sociedade desigual, nesse trabalho escravo que, de alguma forma permanece marcado na sociedade. Esse é o Recife que a gente procurou entender a partir dessa mercadoria, dessa gramínea, que deu todo sentido a esse território”, explica a diretora do museu e curadora da exposição Betânia Corrêa. 

Ainda segundo Betânia Corrêa, a exposição traz um retrato do Recife de ontem e hoje: “Doc(e) Recife pode ser entendido como Doc Recife e aí a gente se auto-elogia: o museu como guardião desses documentos que faz a gente poder olhar essa história a partir dos vestígios, sejam estes materiais de pedra e cal, negativos fotográficos, gravuras, desenhos. É corrente dizer que uma imagem vale mais que mil palavras e vale mesmo. Essa exposição tem algumas imagens que dão uma aula sobre o Recife dos séculos 19, 18...”, afirma. 

Do século 20, por exemplo, foram destacados os três principais projetos de urbanização, o Porto, as avenidas Guararapes e a Dantas Barreto. Além da observação do passado e sua influência no presente, a exposição também quer instigar o visitante a expor sua visão a respeito do futuro do Recife, como será a cidade que o recifense deseja ver daqui a 21 anos, quando o município completará 500 anos. 

DINAMISMO - Diante das inúmeras possibilidades de abordagem do tema, a mostra Doc(e) Recife será ampliada ao longo dos próximos 12 meses, funcionando como uma espécie de work in progress, aberta a receber novas contribuições, não somente da curadoria do museu, mas também de convidados de diversas áreas e do resultado do trabalho de educação patrimonial a ser desenvolvido pelos educadores do MCR. 

Um dos acréscimos à exposição anual do Museu da Cidade do Recife acontece entre 14 de julho e 28 de agosto, quando será realizada a mostra fotográfica da artista visual Dominique Berthé, que fez uma pesquisa imagética baseada em registros de engenhos em Pernambuco. “Vai ser um excelente diálogo com o Doce Recife”, assinalou Betânia Corrêa.

 

SERVIÇO

Abertura da exposição anual Doc(e) Recife

Quando: Sábado, 19 de março

Onde: Museu da Cidade do Recife (Forte das Cinco Pontas), Bairro de São José

Horário de visitação: De terça a domingo, das 9h às 17h

Informações: 3355-3106/9540