Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas Sobre Drogas -SDSDHJPD

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Políticas sobre Drogas | 16.03.16 - 14h52

Edifício-Sede da Prefeitura recebe exposição de arte com materiais reciclados

Secretaria de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas pretende sensibilizar a população sobre cuidados com o meio ambiente e prevenção ao uso de drogas através do trabalho

 

Com o objetivo de diminuir o impacto ambiental, gerar renda, reduzir a vulnerabilidade social e prevenir às drogas, Jovens de 12 a 23 anos da comunidade do Fundão, Zona Norte do Recife, vão expor materiais produzidos nos moldes do ecodesign nesta quarta-feira (16) e quinta (17), no Edifício-Sede da Prefeitura do Recife, a partir das 9h. As peças produzidas com pneus e madeiras são transformadas em arte e em oportunidade de empreender e construir novos rumos de vida. A Secretaria de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, através do eixo de Inserção Produtiva e Ressocialização, tem oportunizado capacitações profissional, social e empreendedora, favorecendo a inserção no mercado de trabalho e geração de renda e o incentivo de projetos independentes e sociais que fortaleçam o enfrentamento das substâncias psicoativas nas comunidades da cidade.  

A 3R's Sustentabilidade Ecológica, formada pelos três amigos Sérgio Barbosa, Carlos Batista e Vinícius Caminha, está à frente do projeto, que recebe apoio da secretaria, e vêm promovendo a arte no bairro do Fundão. “A gente faz essas oficinas de reciclagem há mais de 10 anos com crianças Fundão. Utilizamos pneus porque não temos recursos para comprar materiais e esses têm de muito por aqui. Com isso, surgiu a ideia de montar móveis, cadeiras, mesas e mais artigos de casa. Tudo que víamos pela comunidade passou a ser insumo para criação: gesso, cola, papelão, madeira viraram alternativa para produzir, ser vendido na própria comunidade e transformar-se em dinheiro para quem trabalhou, idealizou e montou”, explica Sérgio Barbosa, oficineiro e co-fundador da 3R's Sustentabilidade. As peças são vendidas por preços que vão de R$ 10 a R$ 300.

A equipe da SECOD identificou o oficineiro Sérgio Barbosa através das reuniões do Comitê Local de Situações de Risco, criado pela secretaria nas seis Regiões Político Administrativas da cidade. “Os comitês se reúnem quinzenalmente para realizar ações intersetoriais em conjunto com várias secretarias municipais que tenham serviços no território. É a representação da secretaria na comunidade. Além disso, as reuniões são responsáveis por identificar e estudar casos do próprio bairro, ligados à temática das drogas, que necessitem da intervenção de ações preventivas e de tratamento”, explica a chefe de divisão do eixo de Inserção Produtiva e Ressocialização, Josane Correia. 

“No comitê foi discutido a importância do trabalho de Sérgio como aliado ao enfrentamento às drogas. Depois de conhecermos a oficina e todo o trabalho, surgiu a oportunidade de levá-los para comercializar o material produzido na Feira do Bom Jesus, no Bairro do Recife. Agora trouxemos a ideia de fazer uma exposição e vendas das peças no edifício-sede da Prefeitura”, explica Josane. “É um trabalho de prevenção, inserção e ressocialização de jovens em situação de vulnerabilidade social, focando no empreendedorismo”, acrescenta. 

De acordo com Sérgio Barbosa, SECOD e 3R's se tornaram aliados. “Incrível o trabalho da secretaria, eles que identificaram e falaram que nosso trabalho soma forças ao enfrentamento às drogas. Muitos jovens estavam arriscando a vida para consumir a maconha e o crack e agora chamamos para vir aprender com a gente um ofício, ser chamado de artista e ser valorizado”, conta. “Eles estão felizes em ir para o Recife Antigo vender, ganhar o próprio dinheiro. Tem menina que já chegou a ganhar 600 reais por semana com a arte da reciclagem. Eles aprendem uma nova linguagem, um novo projeto e voltam até a estudar”, finalizou. 

Segundo Barbosa, cerca de 90% do material que será exposto nos dias do evento foram feitos por mulheres. Ao todo, dos 70 jovens envolvidos na produção, 40 são mulheres. “Por incrível que pareça nosso maior quadro de oficineiros é formado por meninas/mulheres, que vieram trabalhar com pneus e construir um novo futuro. Elas montaram, reinventaram, deram ideias e vão gerir a exposição”, explicou. O nosso objetivo é que todos eles construam renda familiar transformando em arte, o pneu que ia ser jogado na rua ou no rio”, explica Sérgio. Além de estratégias de venda, técnicas de criação, moda, estética, tendência e cores, os alunos também aprendem sobre sustentabilidade e preservação do meio ambiente. “Cada um tem trazido dois, três pneus. Agora a pouco, o dono da borracharia aqui do bairro me ligou e disse que tem 70 pneus para doar, o que eles querem jogar fora é a nossa chance de ganhar dinheiro”.

Ainda esse semestre, a RPA 2, vai receber o projeto Construindo Caminhos, do eixo de Inserção Produtiva e Ressocialização, que capacita jovens, em situação de vulnerabilidade social, visando a inserção no mercado de trabalho e/ou o desenvolvimento de ferramentas para o empreendedorismo. Também cria o banco de dados de jovens capacitados para o mercado de trabalho, no intuito de contribuir para reduzir a vulnerabilidade social através do incentivo à profissionalização. A RPA 2 é composta pelos bairros: Arruda; Campina do Barreto; Encruzilhada; Hipódromo; Peixinhos; Ponto de Parada; Rosarinho; Torreão; Água Fria; Alto Santa Terezinha; Bomba do Hemetério; Cajueiro; Fundão; Porto da Madeira; Beberibe; Dois Unidos; Linha do Tiro.