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Cultura | 17.03.17 - 20h48

Palestra com músicos e amigos encerra Semana Chico Science

Programação foi encerrada hoje à tarde, no Memorial Chico Science, no Pátio de São Pedro

 

A conversa foi comprida no último dia da programação montada pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife, para homenagear Chico Science, na semana em que o músico completaria 51 anos de idade. Para falar do legado deixado pelo movimento mangue, reuniram-se, hoje à tarde, no Memorial Chico Science, os músicos Gilmar Bola 8, Sérgio Cassiano e o jornalista Renato L, além de amigos e diferentes gerações de fãs.

Renato L lembrou as dificuldades do começo da banda, das primeiras viagens, que o grupo fazia de ônibus, e de como Chico conseguia, apesar de tudo, reunir e aglutinar pessoas ao redor dele e da evolução musical que ele criou, modernizado o passado a partir da mistura inusitada entre ritmos tradicionais e conceitos contemporâneos.

“O manguebeat de Chico foi mais que um movimento musical simplesmente. As pessoas começaram a conhecer melhor a cidade onde viviam a partir daquele som. O público de classe média foi para a periferia ver o que estava acontecendo”, disse o jornalista.

Segundo Gilmar Bola 8, músico que começou a tocar com Chico quando a Nação Zumbi ainda nem existia, nada brotou do mangue de repente. Foi uma costura feita por Chico a partir de vários retalhos musicais. “Ele pegava os ritmos tradicionais, como ciranda e maracatu, e cantava de um jeito diferente, dele. Depois começou a colocar guitarra e o som foi virando outra coisa, uma coisa nova”, contou.

Aquela música tinha identidade tão própria, que começou a ser chamada de movimento. “Embora o conceito de movimento seja restritivo e condicione o som a um determinado momento, foi a melhor forma que se encontrou na época para definir o que estava acontecendo”, disse Sérgio Cassiano. “A verdade é que o manguebeat ainda existe. É movimento, porque nunca parou até hoje”, defendeu Gilmar.

Que o diga o estudante Paulo Sabino, 21 anos, que era um bebê de poucos meses quando Chico Science morreu, mas adora a banda. “Achei fantástico ouvir essas caras que participaram de tudo falando do manguebeat. Gosto muito das músicas de Chico Science. Saber mais sobre ele é aprender sobre nossa cultura, sobre todos nós”, disse, lamentando por não ter conseguido participar de toda a programação, que contou ainda com palestra do irmão de Chico, Jamelão, apresentação de DJ Tiger e exibição de vídeos sobre o artista. “Ano que vem não perco!”