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Cultura | 17.06.12 - 13h37

Procissão junina revela fé e tradição popular

Cortejo reuniu devotos e brincantes em caminhada do Morro do Conceição até o Sítio Trindade

Cheiro de pólvora no ar e velas acesas. A procissão dos santos juninos estava na rua. Os bacamarteiros seguiam a frente fazendo a guarda dos santos, representados em imagens no andor. Com seus disparos, faziam um grande barulho, anunciando o início da procissão. Moradores corriam para as portas e janelas para conferir o ritual religioso e a festa junina que começou no fim da tarde deste sábado (16) com concentração no Morro da Conceição, na Zona Norte da cidade, de onde seguiu até o Sítio da Trindade, principal polo do São João do Recife.

Ao som de marchinhas típicas de procissão, crianças, adultos e idosos seguiam pelas ruas do Morro, chamando a atenção dos moradores. Muitos pegavam suas máquinas fotográficas e celulares para registrar a beleza da procissão, que simboliza a fé nos santos e o agradecimento da população e dos brincantes envolvidos diretamente com os festejos juninos.

O cortejo reuniu as bandeiras de São João Menino, São Pedro de Brasília Teimosa, São João Raízes, Santo Antônio de Água Fria, São João Eu Quero Mais, São João do Arraial, São João da Carroça, São João Deveras, São João do Arraial de Moreno, São João Bacnaré e São João do Bonde, as quadrilhas juninas Menezes na Roça (infantil) e Raízes do Pinho (adulta), banda de música Vereda Tropical e o Trio Matuto Estrelas do Forró.
 
Enquanto uns estão mais interessados na festa profana, há ainda quem seja exemplo de devoção. É o caso de Cici Oliveira, 68 anos, que carregou a Bandeira de São João do Arraial de Moreno (criada pelo Bloco Lírico Flor do Eucalipto) do Morro da Conceição até o Sítio Trindade. “Eu sempre acompanhei meu pai que era devoto de São João, inclusive o nome dele era João. Enquanto viveu, ele nunca deixou de acender a fogueira. Então, há dez anos que levo a Bandeira de São João e este é o segundo ano que meu neto (Emerson Vicente, de 9 anos) leva a bandeira da Senhora Sant´Ana”, contou com orgulho sobre a tradição religiosa na família.