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Cultura | 17.06.25 - 15h33

Sítio Trindade recebe 17ª Exposição Culinária Afro-brasileira nesta quarta-feira

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Evento gratuito, com 10 expositores, além de músicos e sacerdotes, celebra o sagrado junino e gastronômico de matriz africana, com mais de 6.000 itens para degustação. (Foto: Inaldo Menezes/Arquivo PCR)

 

Festa farta de sentidos, simbologias e santos, o ciclo junino do Recife celebrará o sagrado de matriz africana, nesta quarta-feira (18), na 17ª edição da Exposição Culinária Afro-brasileira. A programação, realizada pelo Terreiro ILÉ ÀṢẸ ẸGBẸ́ AWO, terá início às 18h, no Sítio Trindade, reunindo 10 expositores, 20 músicos e 25 sacerdotes e sacerdotisas, para festejar a culinária tradicional de terreiro e do ciclo junino. 

Com apoio da Prefeitura do Recife, a exposição é coordenada pela sacerdotisa e produtora cultural Mãe Elza de Yemojá e oferece mais de seis mil itens para degustação do público. “Este ano teremos a comida sagrada de todas as divindades africanas das Tradições Ẹ̀gbá fincadas no Brasil. É uma celebração muito importante: além de ser a mais antiga em todo o estado, promove o diálogo de paz e respeito entre diferentes tradições e sagrados”, celebra Mãe Elza. “Teremos azeite de dendê para Ẹ̀ṣù, mel para Òṣàlá, milho e canjica para os devotos de São João: festa para todos os gostos!”

A programação começa musical, com sirè para as divindades Òrìṣà, Nkise e Vodun, das tradições fincadas Nàgó, Ketu, Angola e Jeje. Após o término dos cânticos a Ẹ̀ṢÙ, terá início a degustação de preparos e pratos, distribuídos gratuitamente pelos expositores.

“Além da fundamental importância na manutenção das tradições culturais, as comidas litúrgicas no candomblé também funcionam como formas de integração entre homens e deuses e entre os homens e seus iguais, servindo como elo de socialização para as comunidades e também como conexão entre a natureza e seus mistérios, sua energia e os seres intangíveis: uma emanação do axé! Nos terreiros, tudo come. E não tem festa no candomblé sem comida. Comer é uma grande celebração”, explica a pesquisadora Carmem Lélis, da Prefeitura do Recife.

Carmem explica que os festejos juninos remetem a rituais pagãos da Europa pré-cristã e tinham relação com o fogo e a fertilidade. Mais tarde, o dia 24 de junho passou a ser significativo para os católicos, pois é quando se comemora o nascimento de São João Batista, o santo que batizou Jesus Cristo. Depois também a data passou a ser muito importante para as religiões afro-brasileiras, já que é dedicada a Xangô, o orixá da justiça. Tanto São João quanto Xangô são homenageados através de um símbolo tradicional das festas juninas: a fogueira.

 

Serviço

17ª edição da Exposição Culinária Afro-brasileira

Data: 18 de junho

Horário: 18h

Local: Sítio Trindade, na Estrada do Arraial, Casa Amarela

Entrada franca

PROGRAMAÇÃO
18h - Apresentação Cultural
19h - CELEBRAÇÃO ANCESTRAL e INÍCIO DO ṢIRÈ
Àdúrà(reza), Orin(cânticos) Òrìsà, Vodun, Nkise
Cânticos à Divindade ÈṢÙ
19h30 - Início da Degustação - Continuação do ṢIRÈ (cânticos) - Grande Roda
20h - Entrega da Comenda “Gente que realiza”
20h30 - Celebração à Divindade ṢÀNGÓ - Todos dançam e cantam celebrando o Elemento Sagrado do Rei - Fogo
21h - Entrega do Prêmio - ÌYÁBÀSÉ 2025
23h - Término do ṢIRÈ - ENCERRAMENTO

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